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Ex-chefe da Odebrecht diz que deu US$ 35 mi a campanha de Maduro

Acordo para a entrega do dinheiro teria sido fechado com Américo Mata, um ex-funcionário do Governo venezuelano

Nicolás Maduro: ex-presidente da Odebrecht disse que Américo Mata lhe pediu US$ 50 milhões para campanha do líder veenzuelano (Miraflores Palace/Handout/Reuters)
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EFE

Publicado em 13 de outubro de 2017 às 06h41.

Bogotá - O ex-presidente da Odebrecht na Venezuela, Euzenando Prazeres de Azevedo, afirmou ter entregue US$ 35 milhões para a campanha do chefe de Estado do país, Nicolás Maduro , segundo um vídeo divulgado nesta quinta-feira pela ex-procuradora-geral Luisa Ortega.

Em imagens divulgadas por Ortega em sua conta no Twitter, Prazeres de Azevedo conta que chegou a um acordo para a entrega do dinheiro com Américo Mata, um ex-funcionário do Governo venezuelano identificado como representante de Maduro. Este, segundo o relato, pediu ajuda em nome da campanha.

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O ex-presidente da empresa disse que Mata lhe pediu US$ 50 milhões, mas ressaltou que aceitou pagar US$ 35 milhões.

Nesta quinta, o atual procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, informou que se está tramitando um alerta vermelho na Interpol para a captura de Prazeres de Azevedo e que também foi ativado um alerta vermelho contra o ex-deputado Germán Ferrer, marido de Ortega e envolvido em uma suposta rede de extorsão que teria operado no Ministério Público.

O ex-executivo relata no vídeo, identificado com data 15 de dezembro de 2016 e que, segundo a página oficial da ex-procuradora, corresponde a uma declaração ao MP do Brasil, que se reuniu em várias ocasiões com Mata, ex-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural Venezuelano (Inder).

"Ele pediu um valor alto para a época, nós tínhamos uma operação muito grande na Venezuela. Eu concordei e aceitei pagar a ele 50 milhões de dólares", afirmou o ex-executivo, que posteriormente retifica a cifra após verificar os seus documentos e aponta que foram US$ 35 milhões.

De acordo com Saab, a trama no Ministério Público venezuelano estaria liderada por funcionários de altos cargos, cujos nomes deverão ser revelados pelo advogado preso José Parra Saluzzo, dono do escritório de advocacia Parra Saluzzo, que trabalhava para a Odebrecht.

"Parra Saluzzo está privado de liberdade e prometeu recorrer à política da delação para revelar com nome e sobrenome quem eram os diretores, quem eram os titulares do MP que faziam parte da extorsão", acrescentou Saab.

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