Europa faz corte de 220 bi de euros contra crise
Bruxelas - Em uma tentativa de dar sinais claros ao mercado de que vai lidar com seu déficit, a Europa já acumula um corte de 220 bilhões de euros em seus orçamentos nacionais em quatro anos. O valor seria equivalente a R$ 500 bilhões, um corte de mais de 50% do orçamento público brasileiro em […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Bruxelas - Em uma tentativa de dar sinais claros ao mercado de que vai lidar com seu déficit, a Europa já acumula um corte de 220 bilhões de euros em seus orçamentos nacionais em quatro anos. O valor seria equivalente a R$ 500 bilhões, um corte de mais de 50% do orçamento público brasileiro em um ano. Ontem, foi a vez da Itália anunciar seus cortes, enquanto a Comissão Europeia já alerta que, sem reformas, a Europa corre o risco de entrar em uma "década perdida".
A crise que começou na Grécia não apenas se proliferou pela Europa como agora exige que até os países que se diziam imunes que iniciem cortes profundos em seus gastos. Para sindicatos, é o "modelo social europeu" que está sendo atacado com os cortes em direitos conquistados nos últimos 50 anos. O valor de 220 bilhões de euros ainda pode aumentar nas próximas semanas diante da indicação de que um número cada vez maior de governos vem preparando planos de austeridade, como é o caso da Dinamarca.
O comissário de Economia da UE, Olli Rehn, alertou ontem que, sem uma reforma, a Europa enfrentará uma "década perdida" entre 2010 e 2020. Se as reformas para permitir crescimento não vierem a economia irá se estagnar. Ele ainda deixou claro que foi a falta de perspectiva de crescimento e a dívida que fizeram euro desabar a seu nível mais baixo em quatro anos.
Segundo Rehn, o crescimento do PIB europeu não deve passar de 1 5% por ano até 2015 se uma mudança profunda não ocorrer. O presidente da UE, Herman Van Rompuy, também rejeitou a tese de que, com os cortes, a recuperação seria revertida. Analistas e partidos de oposição vêm alertando que os planos de austeridade podem colocar a Europa de volta no caminho da recessão. Van Rompuy aposta que isso não ocorrerá e que investidores voltarão a uma Europa mais estável. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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