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Eurodeputados querem que países da UE boicotem Copa da Rússia

Os parlamentares alegam que a presença de países europeus fortaleceria "o caminho autoritário e anti-ocidental" de seu presidente, Vladimir Putin

Copa na Rússia: o ataque contra Skripal em Salisbury é apenas o "último episódio na contínua zombaria" dos valores europeus de Putin (Konstantin Zavrazhin/Getty Images)
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EFE

Publicado em 20 de abril de 2018 às 08h10.

Berlim - Sessenta eurodeputados de diversos países pediram aos Governos da UE, em carta aberta, que não participem da Copa do Mundo da Rússia , por considerar que suas presenças fortaleceria "o caminho autoritário e anti-ocidental" de seu presidente, Vladimir Putin.

Os deputados, de diferentes grupos parlamentares, pediram para se juntar ao Reino Unido, que após o envenenamento do ex-espião Sergei Skripal disse que não haverá representação britânica por parte da realeza nem dignitários no Mundial, e o governo da Islândia, que também não enviará representantes para a competição.

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De acordo com a publicação desta sexta-feira do jornal "Bild", os europarlamentares estão empenhados em "levantar a voz em favor da proteção dos direitos humanos, dos valores democráticos e da paz".

Segundo sua opinião, o ataque contra Skripal em Salisbury é apenas o "último episódio na contínua zombaria" dos valores europeus de Putin.

"Bombardeios indiscriminados a escolas, hospitais e áreas civis na Síria, invasão militar da Ucrânia pela força, pirataria sistemática, campanhas de desinformação, interferência em eleições, tentativas de desestabilizar a nossa sociedade e debilitar e dividir à UE... Tudo isto transforma a Rússia em um anfitrião pouco apropriado para o Mundial", denunciam.

Os eurodeputados, de 15 de países, acreditam que o esporte pode contribuir para suspender "pontes metafóricas", mas ressaltaram que enquanto Putin siga destruindo "pontes reais na Síria" não se pode pretender que o Mundial da Rússia seja um evento esportivo.

"Enquanto Putin seguir ocupando a Crimeia ilegalmente, mantendo presos políticos na Ucrânia e apoiando a guerra no leste da Ucrânia, não podemos fingir que o anfitrião deste torneio é um amável vizinho", advertem os parlamentares, que denunciaram "ameaças" a opositores e jornalistas.

Eles recordam, três dias depois dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014, Putin invadiu a Ucrânia, por isso desta vez é preciso parar de incentivar "suas graves violações aos direitos humanos".

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