EUA saúdam novo posicionamento da China sobre Coreia do Norte
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, voou para Pequim, onde se reunirá neste fim de semana com funcionários de alto escalão do governo chinês
AFP
Publicado em 28 de setembro de 2017 às 21h58.
Última atualização em 28 de setembro de 2017 às 22h03.
As relações de Estados Unidos e China desde a eleição de Donald Trump parecem ter entrado em uma fase mais amável: Washington aplaude agora a atitude de Pequim diante da Coreia do Nort e , após criticar a sua falta de firmeza.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, voou nesta quinta-feira para Pequim, onde se reunirá neste fim de semana com funcionários de alto escalão. O objetivo é preparar a primeira visita do presidente Donald Trump, prevista para novembro.
"Mas certamente a Coreia do Norte será um dos temas que estarão sobre a mesa", disse pouco antes de sua partida o secretário de Estado.
Em meados de agosto, o presidente americano denunciou publicamente o maior sócio econômico da Coreia do Norte, considerando que poderia "fazer muito mais" para convencer o regime de Kim Jong-Un de renunciar à bomba nuclear.
Depois o tom voltou a baixar. "Aplaudo a China por romper todos os vínculos bancários com a Coreia do Norte", disse Trump na terça-feira, uma semana após saudar essa "muito valente (e) inesperada" medida, em referência ao fato de os grandes bancos do país rechaçarem os clientes norte-coreanos.
Enquanto isso, as autoridades chinesas deram o seu apoio na ONU às sanções cada vez mais severas contra Pyongyang. O sucesso desta estratégia de "pressão máxima" depende que a China aplique as sanções.
A responsável da diplomacia para a Ásia oriental, Susan Thornton, reconheceu nesta quinta ante uma comissão do Senado que Pequim tomou "novas medidas" em uma boa direção.
A medida anunciada pelo ministro chinês do Comércio nesta quinta, em função da aplicação da última série de sanções adotada pela ONU, diz que as empresas estabelecidas na China por entidades e por cidadãos norte-coreanos terão de fechar as portas antes de meados de janeiro.
O ministério informou que as empresas têm 120 dias para fechar, a partir da adoção da resolução 2375 por parte do Conselho de Segurança em 11 de setembro. A medida também afeta joint ventures com companhias chinesas.
Apenas ficarão de fora as organizações não comerciais ou envolvidas em infraestruturas de serviço público, que serão examinadas "caso a caso", segundo o ministério.
A resolução 2375, que Pequim apoia, ratifica o oitavo pacote de sanções da ONU contra o regime de Kim Jong-Un, principalmente com a proibição do abastecimento de petróleo.
A resolução foi adotada após o sexto teste nuclear realizado por Pyongyang, em 3 de setembro, o mais potente até hoje, que provocou um violento tremor que foi sentido no nordeste da China. O regime norte-coreano anunciou o teste com sucesso de uma bomba de hidrogênio.
Pequim, responsável por fornecer praticamente todo o petróleo consumido na Coreia do Norte, havia confirmado no sábado que limitaria drasticamente as exportações de produtos petroleiros refinados ao país vizinho.
Mas o país defende a busca de uma solução "pacífica" para a crise.
A China advoga pela retomada das negociações de paz e propõe uma "dupla moratória": a interrupção simultânea dos testes balísticos e nucleares de Pyongyang e das manobras militares conjuntas da Coreia do Sul e Estados Unidos.