EUA priorizarão "ameaça" de potências sobre a do terrorismo
Diretriz consta na primeira Estratégia de Defesa Nacional realizada nos últimos dez anos, enviada pelo Departamento de Defesa dos EUA ao Congresso
EFE
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 14h54.
Washington - Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira que priorizarão em sua estratégia de Defesa a ameaça de outras potências sobre a do terrorismo.
A informação consta na Estratégia de Defesa Nacional (NDS, na sigla em inglês), a primeira realizada nos últimos dez anos, que o Departamento de Defesa dos EUA enviou hoje ao Congresso.
"Manteremos nossa campanha contra os terroristas, mas a competição entre grandes poderes - não o terrorismo - será agora o principal objetivo da segurança nacional americana", declarou o secretário de Defesa, James Mattis, durante a apresentação oficial da NDS em Washington.
De acordo com Mattis, é necessário "fazer frente às crescentes ameaças de potências revisionistas como Rússia e China", bem como "regimes canalhas" como Coreia do Norte e Irã.
Desta maneira, os Estados Unidos parecem dar por terminada a chamada Guerra contra o Terror iniciada em 2001 por causa dos históricos atentados de 11 de setembro, quando o então presidente, George W. Bush, decidiu que a prioridade do Exército americano seria acabar com o terrorismo jihadista.
Agora, os novos inimigos serão aquelas nações "que buscam criar um mundo consistente com seus modelos autoritários", e aqueles regimes "que fazem ações ilegais que ameaçam a estabilidade regional e global".
"Não vão querer lutar contra o Departamento de Defesa (...). Se nos desafiarem, será o pior e mais longo dia", disse Mattis a estes Estados, que foram convidados a "trabalhar" no terreno da diplomacia.
A nova estratégia, segundo explicou o secretário de Defesa, se sustentará em três bases: formação de algumas tropas "mais letais", reforço das alianças tradicionais e criação de outras, e reforma administrativa do Pentágono para otimizar sua atuação e seus custos.
"Modernizaremos nossas habilidades fundamentais, reconhecendo que não se pode esperar o sucesso nas batalhas de amanhã lutando com as armas de ontem", concluiu Mattis.