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EUA planeja construir porto temporário para auxílio humanitário em Gaza

A informação foi dada pelo presidente americano durante seu discurso sobre o Estado da União

Joe Biden: "Israel deve permitir mais ajuda em Gaza e garantir que os trabalhadores humanitários não sejam pegos no fogo cruzado"

Publicado em 8 de março de 2024 às 06h20.

Os Estados Unidos vão construir um porto temporário na costa do Mediterrâneo da Faixa de Gaza, para facilitar o escoamento de comida, água, remédios e outros itens de auxílio humanitário na região.

A informação foi dada pelo presidenteJoe Biden, durante seu discurso sobre o Estado da União, pronunciamento anual para o Congresso norte-americano, na noite da última quinta-feira, 7. O plano para a operação não prevê o envio de pessoal militar dos EUA para Gaza.

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O anúncio vem em meio à pressão de uma ala democrata insatisfeita com o apoio de Biden a Israel na guerra que começou no ano passado. Parte do eleitorado nas primárias norte-americanas, com no estado de Michigan na última terça-feira, têm votado "em branco" em protesto pela postura do presidente.

Leia também: Comboio com alimentos é saqueado em Gaza após ser bloqueado pelo exército israelense

"Este cais temporário permitirá um aumento massivo na quantidade de assistência humanitária que entra em Gaza todos os dias", disse Biden. "Mas Israel também deve fazer sua parte. Israel deve permitir mais ajuda em Gaza e garantir que os trabalhadores humanitários não sejam pegos no fogo cruzado."

O presidente dos EUA ainda disse que mais de 30.000 palestinos foram mortos. "A maioria dos quais não são do Hamas", disse. "Milhares e milhares são mulheres e crianças inocentes".

Washington trabalhará com parceiros e aliados europeus e regionais para construir uma coalizão internacional de países que vão contribuir com capacidades e fundos, disseram os funcionários do governo dos EUA, segundo a agência de notícias Reuters.

A operação "levará algumas semanas para ser planejada e executada", segundo a fonte. A operação para a construção se baseará em uma iniciativa do Chipre que prevê a reunião de ajuda humanitária na cidade portuária da ilha de Larnaca, a 210 milhas náuticas de Gaza.

Isso permitiria que autoridades israelenses examinassem os carregamentos antes de seguirem para Gaza. Embora o porto temporário seja inicialmente administrado pelos militares, Washington prevê que ele se torne uma instalação comercial do futuro, segundo a Reuters.

Embora Israel esteja aumentando o número de caminhões de ajuda permitidos em Gaza e os Estados Unidos e outros países tenham lançado suprimentos de paraquedas, a assistência que chega ainda é insuficiente, disse um dos funcionários dos EUA. "Não estamos esperando pelos israelenses" para permitir mais ajuda, acrescentou o funcionário. "Este é um momento para o liderança americana".

Cessar-fogo

Funcionários de alto escalão da administração que haviam informado repórteres sobre o plano antes do discurso também disseram que o Hamas estava atrasando um novo acordo sobre um cessar-fogo de seis semanas e a libertação de reféns, segundo a agência de notícias Reuters.

O acordo "está na mesa agora e está há mais de uma semana", disse um funcionário, referindo-se a negociações estagnadas no Egito, acrescentando que o cessar-fogo temporário era necessário "para trazer alívio imediato ao povo de Gaza".

O Hamas, que não concordam em libertar reféns doentes e idosos, culpou o impasse pela rejeição de Israel às suas exigências para encerrar sua ofensiva e retirar suas forças.

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