EUA impõem sanções a militares de Mianmar por repressão a rohingyas
País acusou acusou os militares de "faxina étnica" contra muçulmanos rohingyas e abusos generalizados de direitos humanos na nação do sul asiático
Reuters
Publicado em 17 de agosto de 2018 às 16h14.
Washington - Os Estados Unidos impuseram sanções a quatro militares e comandantes de polícia e duas unidades do Exército de Mianmar nesta sexta-feira, acusando-os de "faxina étnica" contra muçulmanos rohingyas e abusos generalizados de direitos humanos na nação do sul asiático.
As sanções do Departamento do Tesouro são as ações norte-americanas mais duras até o momento em reação à repressão de Mianmar à minoria rohingya, que começou no ano passado e levou mais de 700 mil pessoas a fugir para a vizinha Bangladesh e deixou milhares de mortos.
Mas o governo Trump não visou os escalões mais altos dos militares de Mianmar e tampouco chegou a classificar a campanha anti-rohingya como crimes contra a humanidade ou genocídio, o que foi tema de debate dentro do governo dos EUA.
As medidas foram anunciadas no momento em que, segundo autoridades do EUA , o secretário de Estado Mike Pompeo se prepara para revelar as descobertas de uma investigação abrangente de seu país sobre as supostas atrocidades das autoridades de Mianmar contra os rohingya no Estado de Rakhine.
A divulgação do relatório, compilado de entrevistas em campos de refugiados em Bangladesh, deve ocorrer perto do primeiro aniversário das ações sangrentas de 25 de agosto de 2017.
"Forças de segurança birmanesas se envolveram em campanhas violentas contra comunidades de minorias étnicas em toda Burma, incluindo faxina étnica, massacres, agressões sexuais, execuções extrajudiciais e outros abusos graves de direitos humanos", disse a subsecretária do Tesouro para o Terrorismo e a Inteligência Financeira, Sigal Mandelker, usando um nome alternativo para Mianmar.