EUA e Irã manifestam otimismo e cautela após reunião rara
Autoridades de ambos os países tiveram um dos maiores encontros de alto nível em anos nesta quinta
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2013 às 22h16.
Nações Unidas - Autoridades dos Estados Unidos e do Irã tiveram um dos maiores encontros de alto nível em anos nesta quinta-feira, dizendo que o tom foi positivo, mas manifestaram cautela sobre como resolver o longo impasse envolvendo o programa nuclear iraniano.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o chanceler do Irã, Mohammad Javad Zarif, se encontraram depois que o iraniano manteve conversações mais amplas com Estados Unidos e outras grandes potências para resolver as suspeitas ocidentais de que a República Islâmica pode estar tentando desenvolver armas atômicas.
Diplomatas dos principais países envolvidos no diálogo descreveram a atmosfera das negociações em termos positivos, mas eles, assim como os EUA e o chanceler iraniano, destacaram a dificuldade de resolver a disputa que se arrasta há uma década.
"Tivemos uma reunião muito construtiva", disse Kerry a jornalistas na ONU, onde Zarif e ele se sentaram lado a lado em um gesto que sugeria o desejo de ambas as partes de explorar uma forma de diminuir as diferenças de três décadas entre suas nações.
"Uma reunião e uma mudança de tom, o que é bem-vindo, não respondem a essas perguntas ainda e há muito trabalho a ser feito", disse Kerry a repórteres.
Os Estados Unidos querem que o Irã esclareça seu programa nuclear, que Washington e seus aliados suspeitam que é um disfarce para o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã nega, dizendo que seu programa é para fins exclusivamente pacíficos e civis.
Zarif, um diplomata que estudou nos Estados Unidos, também manifestou cautela e insistiu no rápido alívio das duras sanções econômicas impostas por EUA, União Europeia e ONU pela recusa do Irã em suspender seu programa de enriquecimento de urânio.
"Estou muito satisfeito com este primeiro passo. Agora temos que ver se nós podemos combinar nossas palavras positivas com ações sérias para que possamos seguir em frente", disse ele.
Kerry disse que Zarif apresentou algumas "possibilidades", mas ressaltou que ainda havia mais trabalho a ser feito.
Em entrevista à rede CBS, o secretário norte-americano disse que os EUA não suspenderão as sanções sem um "processo verificável, responsável, transparente" que garanta que o Irã não está em busca de bombas nucleares.
Kerry pediu que o Irã libere imediatamente o acesso à usina de enriquecimento de urânio de Fordow para inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um órgão da ONU.
Washington e Teerã romperam relações diplomáticas logo depois da Revolução Islâmica iraniana de 1979, e contatos entre funcionários de alto escalão dos dois países são muito raros. Os chefes da diplomacia iraniana e norte-americana tiveram apenas um breve encontro em maio de 2007.
A reunião em Nova York envolveu os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU --EUA, Grã-Bretanha, França, China, Rússia-- mais a Alemanha, grupo conhecido como P5+1. Seus representantes descreveram o encontro com Zarif como "uma mudança de tom" em relação a reuniões com o governo linha-dura anterior do Irã.
A chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, que presidiu a reunião, disse a jornalistas que tinha sido "uma reunião substancial. Boa atmosfera. Energética".
Ela afirmou que os dois lados concordaram com um "calendário ambicioso" para responder às preocupações do Ocidente sobre o programa nuclear do Irã e que haverá uma nova reunião em Genebra em 15 e 16 de outubro "para dar andamento ao processo".
O novo presidente do Irã, o clérigo moderado Hassan Rouhani, tem intensificado os esforços para melhorar a imagem do Irã no exterior durante sua visita a Nova York nesta semana, onde participou da Assembleia-Geral da ONU. Ele disse que o Irã nunca iria desenvolver armas nucleares e sugeriu um acordo sobre o tema em três a seis meses.
Mesmo sem fazer quaisquer concessões reais até agora, Rouhani ofereceu um tom mais suave e razoável do que o seu radical antecessor Mahmoud Ahmadinejad.
Falando nesta quinta-feira durante uma reunião da ONU sobre desarmamento nuclear, Rouhani declarou que "nenhuma nação deveria possuir armas nucleares, já que não há mãos certas para essas armas erradas".
Ele também aproveitou para criticar o arqui-inimigo Israel, dizendo que o Estado judeu, supostamente dono do único arsenal nuclear do Oriente Médio, é o responsável pelo fracasso nos esforços internacionais para que essa seja uma região livre de armas atômicas.
Israel acusa Rouhani de tentar enganar o mundo com suas declarações conciliatórias para poder ter mais tempo de desenvolver um programa nuclear militar.
Nações Unidas - Autoridades dos Estados Unidos e do Irã tiveram um dos maiores encontros de alto nível em anos nesta quinta-feira, dizendo que o tom foi positivo, mas manifestaram cautela sobre como resolver o longo impasse envolvendo o programa nuclear iraniano.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o chanceler do Irã, Mohammad Javad Zarif, se encontraram depois que o iraniano manteve conversações mais amplas com Estados Unidos e outras grandes potências para resolver as suspeitas ocidentais de que a República Islâmica pode estar tentando desenvolver armas atômicas.
Diplomatas dos principais países envolvidos no diálogo descreveram a atmosfera das negociações em termos positivos, mas eles, assim como os EUA e o chanceler iraniano, destacaram a dificuldade de resolver a disputa que se arrasta há uma década.
"Tivemos uma reunião muito construtiva", disse Kerry a jornalistas na ONU, onde Zarif e ele se sentaram lado a lado em um gesto que sugeria o desejo de ambas as partes de explorar uma forma de diminuir as diferenças de três décadas entre suas nações.
"Uma reunião e uma mudança de tom, o que é bem-vindo, não respondem a essas perguntas ainda e há muito trabalho a ser feito", disse Kerry a repórteres.
Os Estados Unidos querem que o Irã esclareça seu programa nuclear, que Washington e seus aliados suspeitam que é um disfarce para o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã nega, dizendo que seu programa é para fins exclusivamente pacíficos e civis.
Zarif, um diplomata que estudou nos Estados Unidos, também manifestou cautela e insistiu no rápido alívio das duras sanções econômicas impostas por EUA, União Europeia e ONU pela recusa do Irã em suspender seu programa de enriquecimento de urânio.
"Estou muito satisfeito com este primeiro passo. Agora temos que ver se nós podemos combinar nossas palavras positivas com ações sérias para que possamos seguir em frente", disse ele.
Kerry disse que Zarif apresentou algumas "possibilidades", mas ressaltou que ainda havia mais trabalho a ser feito.
Em entrevista à rede CBS, o secretário norte-americano disse que os EUA não suspenderão as sanções sem um "processo verificável, responsável, transparente" que garanta que o Irã não está em busca de bombas nucleares.
Kerry pediu que o Irã libere imediatamente o acesso à usina de enriquecimento de urânio de Fordow para inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um órgão da ONU.
Washington e Teerã romperam relações diplomáticas logo depois da Revolução Islâmica iraniana de 1979, e contatos entre funcionários de alto escalão dos dois países são muito raros. Os chefes da diplomacia iraniana e norte-americana tiveram apenas um breve encontro em maio de 2007.
A reunião em Nova York envolveu os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU --EUA, Grã-Bretanha, França, China, Rússia-- mais a Alemanha, grupo conhecido como P5+1. Seus representantes descreveram o encontro com Zarif como "uma mudança de tom" em relação a reuniões com o governo linha-dura anterior do Irã.
A chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, que presidiu a reunião, disse a jornalistas que tinha sido "uma reunião substancial. Boa atmosfera. Energética".
Ela afirmou que os dois lados concordaram com um "calendário ambicioso" para responder às preocupações do Ocidente sobre o programa nuclear do Irã e que haverá uma nova reunião em Genebra em 15 e 16 de outubro "para dar andamento ao processo".
O novo presidente do Irã, o clérigo moderado Hassan Rouhani, tem intensificado os esforços para melhorar a imagem do Irã no exterior durante sua visita a Nova York nesta semana, onde participou da Assembleia-Geral da ONU. Ele disse que o Irã nunca iria desenvolver armas nucleares e sugeriu um acordo sobre o tema em três a seis meses.
Mesmo sem fazer quaisquer concessões reais até agora, Rouhani ofereceu um tom mais suave e razoável do que o seu radical antecessor Mahmoud Ahmadinejad.
Falando nesta quinta-feira durante uma reunião da ONU sobre desarmamento nuclear, Rouhani declarou que "nenhuma nação deveria possuir armas nucleares, já que não há mãos certas para essas armas erradas".
Ele também aproveitou para criticar o arqui-inimigo Israel, dizendo que o Estado judeu, supostamente dono do único arsenal nuclear do Oriente Médio, é o responsável pelo fracasso nos esforços internacionais para que essa seja uma região livre de armas atômicas.
Israel acusa Rouhani de tentar enganar o mundo com suas declarações conciliatórias para poder ter mais tempo de desenvolver um programa nuclear militar.