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EUA demonstram decepção com acordo palestino de unidade

Governo americano disse que acordo entre Hamas e OLP poderá dificultar os esforços de paz com Israel

Chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, e autoridade do Fatah Azzam Al-Ahmed durante conferência de imprensa após anúncio de reconciliação, na cidade de Gaza  (Suhaib Salem/Reuters)

Chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, e autoridade do Fatah Azzam Al-Ahmed durante conferência de imprensa após anúncio de reconciliação, na cidade de Gaza (Suhaib Salem/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2014 às 17h49.

Washington - O governo dos Estados Unidos expressou nesta quarta-feira seu desapontamento com um pacto de unidade firmado entre o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP ), do presidente palestino Mahmoud Abbas, e disse que isso poderá dificultar os esforços de paz.

"O momento é preocupante e nós certamente ficamos decepcionados com o anúncio", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, em sua habitual entrevista à imprensa.

"Isso pode complicar seriamente os nossos esforços, e não apenas os nossos esforços, mas os esforços das partes para estender suas negociações." Jen disse que as autoridades dos EUA expressaram aos palestinos as preocupações.

"É difícil ver como se pode esperar que Israel negocie com um governo que não aceita seu direito de existência", disse ela.

A porta-voz comentou que a expectativa de longa data dos Estados Unidos em relação aos palestinos no processo de negociação não mudou: eles devem comprometer-se de modo inequívoco com a não-violência, reconhecer a existência de Israel e cumprir os acordos anteriores.

"O que nós vamos observar e ver aqui é o que acontece nas próximas horas e dias para ver que medidas serão tomadas pelos palestinos", disse ela.

O acordo no movimento palestino, ocorrido depois de uma série de esforços fracassados ​​de conciliação com o Hamas, após sete anos de disputas internas, prevê um governo de unidade nacional dentro de cinco semanas e eleições nacionais seis meses depois.

Após o anúncio, Israel disse que Abbas havia escolhido o Hamas em vez de optar pela paz e cancelou uma sessão de negociações mediada pelos EUA, que estava programada para quarta-feira em Jerusalém.

Segundo Jen, o secretário de Estado, John Kerry, falou por telefone com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o anúncio palestino. Ela disse que Kerry não conversou com Abbas, mas a equipe dos EUA na região falou com ele.

O Canal 2 da TV israelense informou que Netanyahu iria convocar uma reunião de emergência de seu gabinete de segurança na quinta-feira para discutir sua resposta.

Israel, bem como os Estados Unidos e a União Europeia, consideram o Hamas uma organização terrorista e dizem que os esforços de Abbas para unificação com o grupo mostram que ele não está sendo sério quanto à prorrogação das complicadas negociações.

As conversações de paz, com o objetivo de acabar com décadas de conflito entre Israel e os palestinos e o estabelecimento de um Estado palestino na Cisjordânia e em Gaza, estavam programadas para terminar no dia 29 de abril.

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