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EUA deixam acordo de Paris. O que acontece agora?

O anúncio foi feito ao vivo nesta quinta-feira (1) pelo próprio presidente e transmitido maciçamente pela TV e demais meios de comunicação

Acordo de Paris: o tratado foi assinado por 195 países e ratificado por 147 (foto/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 1 de junho de 2017 às 17h29.

Última atualização em 1 de junho de 2017 às 17h34.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , acaba de anunciar a sua decisão de retirar seu país do Acordo climático de Paris.

O anúncio foi feito ao vivo nesta quinta-feira (1) pelo próprio presidente e transmitido maciçamente pela TV e demais meios de comunicação.

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Os termos e condições da retirada deverão ser conhecidos progressivamente.

Concretamente, a decisão do mandatário republicano vai de encontro a decisão de líderes mundiais expressas recentemente na reunião de cúpula do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) no sentido de apoiar o acordo climático.

Três dias depois do término da Cúpula do G7, Donald Trump, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, trocaram críticas que refletiram a falta de entendimento na cúpula, sobre a manutenção do Acordo de Paris, que define os compromissos globais para lutar contra os efeitos das mudanças climáticas.

A única voz dissonante quanto a necessidade de endossar os esforços ambientais foi justamente dos EUA, que hoje oficializou sua posição de se retirar formalmente do tratado global.

Metas globais

Firmado em 2015, após mais de dez anos de negociações infrutíferas para mitigar o efeito da atividade econômica no clima terrestre, o tratado foi assinado por 195 países e ratificado por 147, responsáveis por 80% das emissões – 165 metas de redução já foram submetidas.

Apenas Síria e Nicarágua ficaram fora.

Segundo maior emissor de gases depois da China, os Estados Unidos respondem por 18% do carbono lançado na atmosfera terrestre, ou 6,5 milhões de toneladas por ano.

A saída americana tornaria ainda mais difíceis as metas do acordo, de reduzir o carbono na atmosfera de 69 biilhões de toneladas para 56 bilhões, e negociar metas futuras para manter, até 2100, o aquecimento global no nível tolerável, inferior a 2ºC.

A decisão americana pela retirada  poderá levar outros países a rever sua participação. Pelas metas submetidas, já é incerto que o nível tolerável seja atingido.

Reduzirão as emissões do nível atual, que aqueceria o planeta 4,2ºC, para apenas 3,3 ºC, segundo análise do Climate Interactive.

Sem os Estados Unidos, esse patamar poderá facilmente subir para acima de 3,5 ºC, ou mesmo 3,8 ºC.

As consequências para o clima da Terra poderão ser, de acordo com o consenso dos cientistas, catastróficas. Derretimento de geleiras, elevação do nível do mar, maior intensidade de eventos extremos como tempestades, enchentes, secas e furacões.

Cenários

Estudo publicado na revista Nature estima, neste cenário, queda de 23% na renda média global até 2100, com aumento de desigualdade, graças sobretudo ao impacto na atividade agrícola e na produtividade.

O Banco Mundial previu que, até 2030, mais de 100 milhões de pessoas podem voltar à pobreza se nada for feito para mitigar as mudanças climáticas.

Nos Estados Unidos, fração considerável da opinião pública e do Partido Republicano rejeita o consenso científico sobre o este impacto e não acredita que a atividade humana tenha qualquer interferência no clima do planeta e não aceita argumentos econômicos em favor da adoção de formas limpas de geração de energia.

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