Exame Logo

Crescimento econômico é ameaçado por impasse sobre teto da dívida

Especialistas concordam que economia americana corre sérios riscos caso impasse sobre aumento do teto da dívida continue

De acordo com Bipartisan Policy Center, o Tesouro não tem a fórmula mágica para financiar governo depois da data limite (Joe Raedle/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2011 às 17h04.

Washington -  Economistas e analistas financeiros concordam que o crescimento econômico dos Estados Unidos vai entrar em risco caso os legisladores não cheguem em tempo a um acordo para aumentar o teto legal da dívida.

O Tesouro americano advertiu que para manter a dívida abaixo do limite legal atual de 14,294 trilhões de dólares vai ser preciso fazer grandes sacrifícios nos gastos a partir do dia 2 de agosto.

"Seria uma verdadeira catástrofe", disse Michael Ettlinger, do Center for American Progress, um instituto de análise com sede em Washington. Segundo suas projeções, se o teto da dívida se mantiver congelado em setembro, vai provocar uma contração econômica trimestral de mais de 2%, mais do que no pior trimestre da recessão de 2007-2009, que deixou milhões de desempregados.

Ettlinger imagina uma administração bloqueada, funcionários em desemprego técnico, tribunais fechados, benefícios sociais afetados e falta de pagamento a fornecedores do Estado.

"O Tesouro não tem a fórmula mágica para financiar o funcionamento do governo depois de 2 de agosto", afirma num relatório do Bipartisan Policy Center. De acordo com este instituto, 134 bilhões de dólares de despesas públicas seriam congelados em agosto, o que prejudicaria o funcionamento normal da economia.

Supondo que o governo decida pagar seus credores, manter a previdência social, o seguro desemprego e manter a normalidade do orçamento de Defesa, seriam suspensos todos os outros gastos: Educação, reformas de estradas, programas de Saúde Pública e o financiamento de pequenas e médias empresas.


O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, alertou aos legisladores na quarta e na quinta-feira sobre os riscos de uma asfixia no sistema financeiro e na economia, e antecipou uma "grande" crise de alcance global.

A ideia de paralisar de maneira tão abrupta o funcionamento normal do Estado não parece factível. Principalmente quando o Tesouro tem que refinanciar em agosto mais de 500 milhões de dólares da dívida, sem a certeza de que haja financiadores dispostos a investir nos Estados Unidos nestes tempos difíceis.

"Não há garantia de que os investidores continuem comprando títulos do Tesouro", escreveu em junho o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, a um senador republicano favorável a estabelecer "prioridades" nos gastos do Estado.

"De fato, alguns dos operadores do mercado já afirmaram que haveria falta incentivos para compras", acrescentou.

Para Geithner seria a pior dor de cabeça de toda a carreira.

O setor financeiro vai cumprir a todo custo o reembolso dos credores. "Sejamos claros (...) os Estados Unidos não vão descumprir as obrigações com os detentores de sua dívida", considerou Ian Shepherdson, da High Frequency Economics.

No pior dos casos, o governo "terá que deixar de cumprir as promessas feitas aos seus próprios cidadãos", disse. No entanto, o economista acredita que a ira dos eleitores de cada distrito vai refletir nos legisladores.

"Seria a mais grave falha da responsabilidade política desde a decisão do rei George III quanto à tributação, não prevejo que isso aconteça", escreveu o economista Joel Naroff, referindo-se ao monarca inglês que impôs altos impostos à América, provocando a rebelião pela independência.

Veja também

Washington -  Economistas e analistas financeiros concordam que o crescimento econômico dos Estados Unidos vai entrar em risco caso os legisladores não cheguem em tempo a um acordo para aumentar o teto legal da dívida.

O Tesouro americano advertiu que para manter a dívida abaixo do limite legal atual de 14,294 trilhões de dólares vai ser preciso fazer grandes sacrifícios nos gastos a partir do dia 2 de agosto.

"Seria uma verdadeira catástrofe", disse Michael Ettlinger, do Center for American Progress, um instituto de análise com sede em Washington. Segundo suas projeções, se o teto da dívida se mantiver congelado em setembro, vai provocar uma contração econômica trimestral de mais de 2%, mais do que no pior trimestre da recessão de 2007-2009, que deixou milhões de desempregados.

Ettlinger imagina uma administração bloqueada, funcionários em desemprego técnico, tribunais fechados, benefícios sociais afetados e falta de pagamento a fornecedores do Estado.

"O Tesouro não tem a fórmula mágica para financiar o funcionamento do governo depois de 2 de agosto", afirma num relatório do Bipartisan Policy Center. De acordo com este instituto, 134 bilhões de dólares de despesas públicas seriam congelados em agosto, o que prejudicaria o funcionamento normal da economia.

Supondo que o governo decida pagar seus credores, manter a previdência social, o seguro desemprego e manter a normalidade do orçamento de Defesa, seriam suspensos todos os outros gastos: Educação, reformas de estradas, programas de Saúde Pública e o financiamento de pequenas e médias empresas.


O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, alertou aos legisladores na quarta e na quinta-feira sobre os riscos de uma asfixia no sistema financeiro e na economia, e antecipou uma "grande" crise de alcance global.

A ideia de paralisar de maneira tão abrupta o funcionamento normal do Estado não parece factível. Principalmente quando o Tesouro tem que refinanciar em agosto mais de 500 milhões de dólares da dívida, sem a certeza de que haja financiadores dispostos a investir nos Estados Unidos nestes tempos difíceis.

"Não há garantia de que os investidores continuem comprando títulos do Tesouro", escreveu em junho o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, a um senador republicano favorável a estabelecer "prioridades" nos gastos do Estado.

"De fato, alguns dos operadores do mercado já afirmaram que haveria falta incentivos para compras", acrescentou.

Para Geithner seria a pior dor de cabeça de toda a carreira.

O setor financeiro vai cumprir a todo custo o reembolso dos credores. "Sejamos claros (...) os Estados Unidos não vão descumprir as obrigações com os detentores de sua dívida", considerou Ian Shepherdson, da High Frequency Economics.

No pior dos casos, o governo "terá que deixar de cumprir as promessas feitas aos seus próprios cidadãos", disse. No entanto, o economista acredita que a ira dos eleitores de cada distrito vai refletir nos legisladores.

"Seria a mais grave falha da responsabilidade política desde a decisão do rei George III quanto à tributação, não prevejo que isso aconteça", escreveu o economista Joel Naroff, referindo-se ao monarca inglês que impôs altos impostos à América, provocando a rebelião pela independência.

Acompanhe tudo sobre:Dívidas de paísesEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame