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EUA cortam apoio a rebeldes sírios após ataque islâmico

Autoridades dos insurgentes disseram que nenhuma explicação oficial foi dada para a medida deste mês que se seguiu à ofensiva jihadista

Rebelde sírio: congelamento reflete os problemas enfrentados pelos rebeldes do Exército Livre da Síria (Khalil Ashawi/Reuters)

Rebelde sírio: congelamento reflete os problemas enfrentados pelos rebeldes do Exército Livre da Síria (Khalil Ashawi/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de fevereiro de 2017 às 14h15.

Beirute / Amã / Washington - O apoio militar coordenado pela Agência Nacional de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) a rebeldes do noroeste da Síria foi interrompido depois que estes foram vítimas de um grande ataque islâmico no mês passado, disseram fontes rebeldes, despertando dúvidas sobre o auxílio estrangeiro essencial à sua guerra ao presidente sírio, Bashar al-Assad.

Autoridades dos insurgentes disseram que nenhuma explicação oficial foi dada para a medida deste mês que se seguiu à ofensiva jihadista, embora várias delas tenham dito acreditar que o principal objetivo é evitar que armas e dinheiro caiam nas mãos dos militantes islâmicos, mas que esperam que o congelamento da ajuda seja temporário.

A suspensão da assistência, que incluiu salários, treinamento, munição e em alguns casos mísseis antitanque teleguiados, é uma reação a ataques jihadistas e não tem nada a ver com o fato de Donald Trump ter assumido a presidência dos EUA no lugar de Barack Obama em janeiro, afirmaram dois funcionários norte-americanos familiarizados com o programa conduzido pela CIA.

O congelamento reflete os problemas enfrentados pelos rebeldes do Exército Livre da Síria (FSA, na sigla em inglês) na revolta de quase seis anos contra Assad, que agora parece militarmente inatacável em seu bastião no oeste do país, em grande parte devido à intervenção direta da Rússia e do Irã a seu favor.

"A realidade é que há mudanças na área, e estas mudanças inevitavelmente têm repercussões", disse uma autoridade de um dos grupos pertencentes ao FSA. Segundo ele, nenhuma assistência militar pode "entrar no momento até que as coisas sejam organizadas. Existe um novo arranjo, mas ele não se cristalizou ainda".

O apoio direcionado a facções do FSA vinha incluindo contribuições de Turquia, Catar e Arábia Saudita - países que se opõem a Assad - e é um de vários canais de auxílio do exterior aos insurgentes. Outros ainda funcionam.

A CIA não quis comentar a notícia de interrupção do auxílio. Uma autoridade do Catar disse que seu governo não tem nada a dizer sobre o assunto. Autoridades turcas afirmaram somente que não podem discutir "detalhes operacionais". Riad não se manifestou.

A Reuters confirmou o congelamento com autoridades de cinco dos grupos do FSA que vêm recebendo apoio financeiro e militar da assim chamada "sala de operações MOM", que também foi corroborado por duas figuras de alto escalão do FSA informadas sobre o tema.

Elas falaram sob condição de anonimato devido à natureza sigilosa do programa apoiado pela CIA e à delicadeza do assunto.

Confirmando a interrupção, duas fontes de alta patente do FSA disseram que os países doadores estão pretendendo enviar o auxílio a uma única força de combate unificada - uma coerência de que os rebeldes têm carecido durante a guerra civil síria.

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