John Kerry: Kerry pediu por diálogo e disse que Washington está fortemente comprometido em trabalhar com os Estados-membros para lidar com a situação da Venezuela (Mandel Ngan/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2016 às 15h06.
San Domingues - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu nesta terça-feira por um referendo que pode retirar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, do poder, em meio a uma profunda crise política e econômica vivida pelo país sul-americano produtor de petróleo.
A Venezuela sofre com uma brutal e prolongada desaceleração econômica, longas filas para comprar alimentos e medicamentos e uma inflação elevada, o que gerou protestos e pedidos da oposição pela convocação de um referendo para retirar Maduro, uma medida prevista na Constituição do país.
Em seu discurso de abertura na reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) na República Dominicana, Kerry pediu por diálogo e disse que Washington está fortemente comprometido em trabalhar com os Estados-membros para lidar com a situação "profundamente problemática" da Venezuela.
Em referência à tentativa de convocar o referendo, Kerry pediu que os herdeiros políticos do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, morto em 2013, respeitem o direito das pessoas aos mecanismos constitucionais para expressarem sua vontade, numa declaração que colocou o peso dos EUA ao lado do secretário-geral da OEA, Luís Almagro, e de suas críticas a Maduro.
"Os Estados Unidos se juntam ao secretário-geral Almagro e a outros na comunidade internacional ao pedir que o governo venezuelano liberte presos políticos, respeite a liberdade de expressão e reunião, alivie a falta de alimentos e medicamentos, e honre os mecanismos de sua própria Constituição, incluindo um justo e tempestivo referendo revogatório", disse Kerry.
A oposição venezuelana acusa o conselho eleitoral do país de paralisar o processo de convocação do referendo sob ordens de Maduro ao mudar arbitrariamente os critérios para pedir a convocação.
Maduro disse que qualquer referendo revogatório contra ele só poderia acontecer em 2017.