EUA aguarda o “Pearl Harbor do coronavírus”; Itália e Espanha vivem alento
Nova York e outras cidades americanas esperam se aproximar esta semana do pico da pandemia. Nos dois países europeus, o número de novos casos se estabiliza
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2020 às 06h39.
Última atualização em 6 de abril de 2020 às 06h56.
As autoridades sanitárias dos Estados Unidos preveem que a pandemia do novo coronavírus poderá atingir seu pico esta semana nas cidades de Nova York, Detroit, Nova Orleans e áreas vizinhas. Somente em Nova York, “várias centenas de pessoas” vão morrer a cada dia esta semana, segundo a médica Deborah Birx, coordenadora da força-tarefa da Casa Branca contra o coronavírus.
Ontem, o vice-almirante Jerome Adams, cirurgião-geral (correspondente ao cargo de ministro da Saúde) dos Estados Unidos , reforçou o apelo para que os americanos respeitem o isolamento social. “A próxima semana será a mais dura e a mais triste na vida de muitos americanos”, disse Adams.
Ele comparou os efeitos devastadores esperados do coronavírus com os danos provocados pelo ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, em 1941, e pelo ataque terrorista às torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001.
Até ontem à noite, havia quase 1,3 milhão de casos de covid-19 confirmados no mundo, segundo dados compilados pela universidade americana Johns Hopkins. Os Estados Unidos lideravam as estatísticas, com pouco mais de 337.000 casos e 9.600 mortes. Somente o estado de Nova York contabilizava mais de 123.000 casos e 4.200 mortes.
Se os Estados Unidos acreditam que o pior ainda vai acontecer nos próximos dias, a Itália e a Espanha parecem ter entrado em um período de estabilização. Na Itália, o número de novos casos ficou abaixo de 5.000 pelo sexto dia consecutivo, um alento para um país que já somou quase 129.000 casos e 15.900 mortos.
Na Espanha, o número diário de mortes com coronavírus continua caindo, com 674 novas mortes no domingo, ante 809 mortes no dia anterior. Ao todo, a Espanha soma cerca de 132.000 casos e 12.600 mortes.
No Brasil, segundo balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, foram confirmados oficialmente 11.130 casos e 486 mortes. A tendência é que esse número cresça bastante nos próximos dias com o aumento da testagem da presença do coronavírus.
Até o momento, por falta de material, os hospitais têm restringido esses testes aos casos mais graves e aos profissionais de saúde. Nos últimos dias, porém, o governo começou a distribuir aos estados 500.000 kits de testagem, primeiro lote de um total de 5 milhões de unidades doadas pela mineradora Vale.