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Espessura do gelo na Antártica reduz 18% em 18 anos

O volume total de gelo antártico se alterou pouco entre 1994 e 2003, mas a partir de então o derretimento se acelerou de forma pronunciada

Pinguins em bloco de gelo perto da base brasileira Comandante Ferraz na Antártica em 10 de março de 2014
 (Vanderlei Almeida/AFP)

Pinguins em bloco de gelo perto da base brasileira Comandante Ferraz na Antártica em 10 de março de 2014 (Vanderlei Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2015 às 07h18.

Washington - A espessura do gelo em torno da Antártica sofreu uma redução de 18% entre 1994 e 2012, revela um estudo publicado nesta quinta-feira.

O estudo, baseado em informações de satélites, foi realizado pela Agência Espacial Europeia entre 1994 e 2012 e revela como o gelo antártico reage à mudança climática.

O trabalho foi publicado no site da revista Science.

Os paredões de gelo têm uma espessura média de entre 400 e 500 metros e podem se estender por centenas de quilômetros na costa antártica.

Quando o paredão sofre uma redução drástica de sua espessura, placas de gelo caem no oceano e começam a derreter, elevando o nível do mar.

Os pesquisadores concluíram que o volume total de gelo antártico se alterou pouco entre 1994 e 2003, mas a partir de então o derretimento se acelerou de forma pronunciada.

"Uma redução de 18% durante um período de 18 anos é realmente algo substancial", disse Fernando Paolo, cientista da Universidade da Califórnia, em San Diego.

"Em geral, mostramos não apenas que o volume total de gelo está decrescendo, mas também que houve uma aceleração na última década".

Se o ritmo do derretimento prosseguir, as geleiras poderão perder a metade de seu volume nos próximos 200 anos, segundo os pesquisadores.

Para o professor Andrew Shepherd, diretor do Centro para a Observação Polar da Universidade de Leeds, a tendência do derretimento é "uma verdadeira preocupação, porque estes níveis de derretimento não podem ser mantidos por muito tempo".

As geleiras do Mar de Amundsen, no oeste da Antártica, estão perdendo gelo mais rapidamente do que em qualquer outra parte do continente e são as que mais contribuem para a elevação do nível do mar, disseram os investigadores.

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