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Especialistas afirmam que operação de Cristina Kirchner era inevitável

A presidente foi internada na quarta-feira passada no hospital Austral, próximo a Buenos Aires, para retirar a tireóide por um câncer detectado no lóbulo direito

Cristina está, de licença, na residência oficial de Olivos, perto de Buenos Aires (Juan Mabromata/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2012 às 12h58.

Buenos Aires, 8 jan (EFE).- Diversos especialistas afirmaram neste domingo que a operação da presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner , era inevitável e, apesar de a maioria considerar que não houve falha no diagnóstico de câncer de tireóide, depois descartado, alguns ressaltaram que é um erro pouco comum.

A presidente foi internada na quarta-feira passada no hospital Austral, próximo a Buenos Aires, para retirar a tireóide por um câncer detectado no lóbulo direito, mas o boletim médico divulgado antes de receber alta no sábado revelou que a glândula extraída apresentava 'adenomas foliculares', um tumor benigno.

'O estudo histopatológico definitivo constatou a presença de nódulos em ambos os lóbulos da glândula tireóide da presidente, mas descartou a presença de células cancerígenas, modificando o diagnóstico inicial', anunciou o porta-voz presidencial, Alfredo Scoccimarro.

'De nenhuma maneira foi erro médico, são dificuldades da cirurgia da tireóide', considerou o cirurgião José Luis Novelli, em declarações ao jornal 'Perfil'.

Na opinião do médico patologista Oscar Brunás, 'a punção com agulha fina tem uma especificidade de 95%. A pequena porcentagem restante pode lançar um falso positivo, ou seja, mostrar determinadas características que levam a pensar em lesão maligna, mas que só pode ser confirmada na cirurgia'.

O ex-presidente da Associação Argentina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Edgardo Carranza, frisou que, embora os adenomas foliculares sejam em sua maioria benignos, uma porcentagem pode mudar, o que torna 'correto o procedimento de retirada da glândula tireóide'.

'Cada vez mais a prática se inclina à extração completa da glândula, pelo risco pós-operatório menor e a complicação de voltar a fazer outra cirurgia', concordou Gloria Centeno, médica especialista em anatomia patológica.

No entanto, há médicos como o endocrinologista Fabián Pitoia, que considerou em declarações ao jornal 'Clarín' que 'poucas vezes o carcinoma papilar é confundido com adenoma folicular', embora defenda a cirurgia.

Apesar de a maioria optar pelo silêncio, alguns dirigentes da oposição mostraram suas críticas após receberem a notícia.

'Não se pode fazer diagnóstico e comunicado oficial de câncer e depois dizer que não era', disse a deputada Margarita Stolbizer no Twitter.

'Há uma coisa que não entendo, se o tumor era benigno para que extrair a tireóide? Há três anos resolvi esse problema com uma simples punção', afirmou a ex-legisladora radical Silvana Giudici.

As redes sociais estiveram mais calmas que o habitual após a divulgação do falso diagnóstico, apesar de alguns internautas não demorarem a expressar desconcerto e inclusive irritação.

'Acho essa situação uma enorme falta de respeito com as pessoas que tiveram ou têm câncer', expressou um usuário do Twitter.

'Se eu fosse um dos que acreditou nessa história, organizaria uma vigília em Olivos com o nome de 'o câncer da mentira', disparou outro usuário da mesma rede social.

Cristina está na residência oficial de Olivos, perto de Buenos Aires, mas a Casa Rosada não confirmou ainda se em vista dessa mudança de diagnóstico a presidente manterá a licença prevista até 24 de janeiro. EFE

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Buenos Aires, 8 jan (EFE).- Diversos especialistas afirmaram neste domingo que a operação da presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner , era inevitável e, apesar de a maioria considerar que não houve falha no diagnóstico de câncer de tireóide, depois descartado, alguns ressaltaram que é um erro pouco comum.

A presidente foi internada na quarta-feira passada no hospital Austral, próximo a Buenos Aires, para retirar a tireóide por um câncer detectado no lóbulo direito, mas o boletim médico divulgado antes de receber alta no sábado revelou que a glândula extraída apresentava 'adenomas foliculares', um tumor benigno.

'O estudo histopatológico definitivo constatou a presença de nódulos em ambos os lóbulos da glândula tireóide da presidente, mas descartou a presença de células cancerígenas, modificando o diagnóstico inicial', anunciou o porta-voz presidencial, Alfredo Scoccimarro.

'De nenhuma maneira foi erro médico, são dificuldades da cirurgia da tireóide', considerou o cirurgião José Luis Novelli, em declarações ao jornal 'Perfil'.

Na opinião do médico patologista Oscar Brunás, 'a punção com agulha fina tem uma especificidade de 95%. A pequena porcentagem restante pode lançar um falso positivo, ou seja, mostrar determinadas características que levam a pensar em lesão maligna, mas que só pode ser confirmada na cirurgia'.

O ex-presidente da Associação Argentina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Edgardo Carranza, frisou que, embora os adenomas foliculares sejam em sua maioria benignos, uma porcentagem pode mudar, o que torna 'correto o procedimento de retirada da glândula tireóide'.

'Cada vez mais a prática se inclina à extração completa da glândula, pelo risco pós-operatório menor e a complicação de voltar a fazer outra cirurgia', concordou Gloria Centeno, médica especialista em anatomia patológica.

No entanto, há médicos como o endocrinologista Fabián Pitoia, que considerou em declarações ao jornal 'Clarín' que 'poucas vezes o carcinoma papilar é confundido com adenoma folicular', embora defenda a cirurgia.

Apesar de a maioria optar pelo silêncio, alguns dirigentes da oposição mostraram suas críticas após receberem a notícia.

'Não se pode fazer diagnóstico e comunicado oficial de câncer e depois dizer que não era', disse a deputada Margarita Stolbizer no Twitter.

'Há uma coisa que não entendo, se o tumor era benigno para que extrair a tireóide? Há três anos resolvi esse problema com uma simples punção', afirmou a ex-legisladora radical Silvana Giudici.

As redes sociais estiveram mais calmas que o habitual após a divulgação do falso diagnóstico, apesar de alguns internautas não demorarem a expressar desconcerto e inclusive irritação.

'Acho essa situação uma enorme falta de respeito com as pessoas que tiveram ou têm câncer', expressou um usuário do Twitter.

'Se eu fosse um dos que acreditou nessa história, organizaria uma vigília em Olivos com o nome de 'o câncer da mentira', disparou outro usuário da mesma rede social.

Cristina está na residência oficial de Olivos, perto de Buenos Aires, mas a Casa Rosada não confirmou ainda se em vista dessa mudança de diagnóstico a presidente manterá a licença prevista até 24 de janeiro. EFE

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