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Após polêmica sobre repressão, Erdogan encontra o papa Francisco

ÀS SETE - Encontro ocorre em meio às acusações contra o líder turco de inúmeros atos de repressão contra opositores e campanhas militares no Oriente Médio

Papa Francisco também terá uma agenda própria na recepção de Erdogan
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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 05h36.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2018 às 07h18.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, acusado de inúmeros atos de repressão contra opositores e envolvido em campanhas militares no Oriente Médio, se reúne nesta segunda-feira como Papa Francisco no Vaticano.

Segundo o próprio Erdogan afirmou em coletiva antes da viagem, há diversos assuntos na mesa: Palestina, Jerusalém, Síria, Iraque, a luta contra o terrorismo, o problema dos refugiados e a luta contra o que Erdogan afirmou ser uma crescente Islamofobia e racismo cultural no Ocidente.

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“Eu vejo esta visita como uma oportunidade significativa em termos de trazer atenção para valores humanos comuns, amizade e mensagens de paz”, disse o presidente turco.

Como o Papa é um embaixador da paz e um líder proeminente que tem tido papel ativo com assuntos que são de interesse da comunidade internacional, a reunião é importante para a Turquia.

Erdogan tem grande interesse na questão da cidade de Jerusalém: quando o presidente americano Donald Trump anunciou que iria mudar a embaixada de seu país para a cidade, Erdogan foi um dos que condenaram a atitude e se reuniu com outros líderes, como o russo Vladimir Putin, para discutir o caso. Com 98% da população turca sendo muçulmana, o foco de Erdogan é tentar passar uma mensagem, através do Papa, ao mundo cristão.

Mas Francisco também tem uma agenda própria na recepção de Erdogan. Em 2014, o Papa visitou a Turquia em uma de suas primeiras viagens ao exterior para celebrar a paz entre os mundos cristão e islâmico, estabelecendo uma nova era de cooperação.

A visita de hoje acontece diante de um clima político muito diferente, com a guerra da Síria legando milhares de refugiados à Turquia.

Os turcos também iniciaram uma ofensiva contra os curdos na Síria, uma ação que causou polêmica na comunidade internacional e impactou cristãos na região. Erdogan deve ouvir do Papa que ambas as situações precisam de uma resolução pacífica.

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