Na fronteira, presidente da Colômbia diz que conflito é "barbárie"
O que vimos foi uma ditadura atacando seus filhos, os filhos do seu próprio país para evitar que levassem remédios e alimentos, disse Iván Duque
EFE
Publicado em 24 de fevereiro de 2019 às 17h38.
Cúcuta — O presidente da Colômbia, Iván Duque, visitou neste domingo duas das pontes fronteiriças com a Venezuela para constatar o que qualificou de "barbárie" durante a tentativa de envio de ajuda humanitária ao país vizinho e avaliar os danos.
"Olhem esta barbárie. Ontem o que vimos foi uma ditadura atacando seus filhos, os filhos do seu próprio país para evitar que levassem remédios e alimentos a seus familiares", disse Duque após visitar a ponte Francisco de Paula Santander.
No local, que liga a cidade colombiana de Cúcuta com a venezuelana de Ureña, o presidente reiterou que tomou a decisão de fechar as passagens fronteiriças no departamento de Norte de Santander, do qual Cúcuta é a capital, "por 48 horas para limpar e avaliar todos os danos que foram causados".
A primeira tentativa da comunidade internacional de levar à Venezuela ajuda humanitária através da fronteira com a Colômbia terminou ontem em violentos confrontos com a polícia venezuelana nas passagens fronteiriças que deixaram pelo menos 285 feridos.
"Eu pedi que os voluntários não continuassem arriscando mais suas vidas diante destes atos de barbárie e que devolvessem os caminhões. Os veículos chegaram ao nosso posto de armazenamento e foram descarregados", afirmou o presidente colombiano.
Duque, que também visitou a ponte Simón Bolívar, esteve acompanhado da vice-presidente, Marta Lucía Ramírez; o chanceler, Carlos Holmes Trujillo, e os ministros da Saúde, Juan Pablo Uribe, e da Defesa, Guillermo Botero.
Precisamente, Botero explicou ontem que dos 14 caminhões que foram carregados na ponte Tienditas com 20 toneladas de ajuda cada um, só oito conseguiram sair rumo à Venezuela.
Destes, indicou, "quatro saíram com destino à ponte Simón Bolívar e quatro para a ponte Francisco de Paula Santander".
O ministro detalhou que "os caminhões que chegaram a Ureña conseguiram cruzar a fronteira. Três deles entraram na Venezuela e um ficou na Colômbia ".
No entanto, "dois deles foram incinerados e um permanece na Venezuela. Eram caminhões com placa venezuelana, mas sua carga foi retirada para preservá-la", disse Botero.