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Em dia de protestos, manifestantes em Hong Kong pedem apoio britânico

A tropa de choque disparou canhões de água com tinta azul e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes

Polícia em protesto contra o governo em Hong Kong, dia 15/09/2019 (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
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EFE

Publicado em 15 de setembro de 2019 às 09h42.

Hong Kong - Milhares de pessoas desafiaram a proibição da polícia de protestar nas ruas de Hong Kong neste domingo e participaram de uma manifestação não autorizada, que originou vários incidentes de violência, enquanto centenas se concentraram em frente ao consulado do Reino Unido para pedir apoio contra a China por não cumprir o trato de "um país, dois sistemas".

A manifestação diante da sede diplomática, organizada por um grupo de internautas pró-democracia, tinha como objetivo solicitar ao governo do Reino Unido "medidas imediatas contra a China por não cumprir a Declaração Conjunta Sino-Britânica e reconhecer que a (fórmula) do sistema de 'um país, dois sistemas' não funciona".

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Sob o princípio de "um país, dois sistemas", a China prometeu manter as estruturas democráticas de Hong Kong durante 50 anos depois de recuperar a soberania sobre a ilha do Reino Unido em 1997.

"A Declaração Conjunta Sino-Britânica está sendo violada e 'um país, dois sistemas' é disfuncional. Todos os aspectos de Hong Kong estão sob o comando direto do governo chinês", denunciou o texto lido por um dos organizadores do ato, que se apresentou mascarado.

"Como signatário do tratado legal da Declaração Conjunta, o governo britânico não deve permanecer reticente a tomar medidas concretas. O governo britânico deve cumprir a sua obrigação histórica e legal com Hong Kong", acrescentou o texto.

Na semana passada, 250 mil pessoas protestaram diante do Consulado Geral dos Estados Unidos para pedir ao governo americano a aprovação de um projeto de lei que poderia impedir que as autoridades de Hong Kong e China suprimam os direitos humanos e a liberdade dos habitantes da região.

As outras milhares de pessoas que saíram às ruas neste domingo para uma manifestação proibida se concentraram inicialmente em Causeway Bay, uma área comercial de Hong Kong, para comemorar o Dia Internacional da Democracia, celebrado em 15 de setembro.

Pequenos grupos, que usavam as já características roupas pretas do movimento contra o governo, utilizaram objetos como lixeiras e cones de trânsito para montar barricadas contra a polícia, que havia sido mobilizada em pontos estratégicos, como estações de metrô.

Em comunicado, a polícia de Hong Kong advertiu aos manifestantes que encerrassem "os atos ilegais" e abandonassem o local imediatamente devido a ações violentas que "representam uma grave ameaça para a segurança pública nos arredores".

A tropa de choque disparou canhões de água com tinta azul e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes em uma área próxima à sede do governo local.

A ação da polícia aconteceu após uma hora de atos de violência de vários grupos de manifestantes, que arremessaram tijolos, coquetéis molotov e ovos contra a polícia.

A ideia de realizar uma manifestação neste domingo foi da Frente de Direitos Humanos Civis, um grupo pró-democracia que esteve por trás de três grandes protestos ocorridos entre junho e agosto, cada um com mais de um milhão de pessoas.

No entanto, a polícia se negou a aprovar o plano para o dia 15 de setembro porque não seria capaz de manter a ordem "se mais dois milhões de pessoas se juntassem à manifestação".

A decisão da polícia significa que a manifestação deste domingo foi ilegal e os participantes assumiram o risco de serem acusados de reunião ilegal, que pode acarretar uma pena máxima de cinco anos de prisão em Hong Kong.

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