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Em carta de 6 páginas à Pelosi, Trump critica impeachment e fala até em fé

Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos tem conduzido processo de impeachmet de Donald Trump

Nancy Pelosi: presidente da Câmara já afirmou várias vezes que reza por Donald Trump (Win McNamee/Getty Images)

Nancy Pelosi: presidente da Câmara já afirmou várias vezes que reza por Donald Trump (Win McNamee/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de dezembro de 2019 às 10h52.

Última atualização em 18 de dezembro de 2019 às 11h54.

São Paulo — Na véspera de uma votação decisiva que poderá deixar nesta quarta-feira (18), Donald Trump no caminho para a impugnação, o Presidente dos Estados Unidos enviou uma carta a Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (EUA), na qual acusa os democratas no Congresso de terem declarado "guerra contra a democracia".

"Escrevo esta carta para Nancy Pelosi, para que fique na História e para registar permanentemente os meus pensamentos. Daqui a 100 anos, quando as pessoas olharem para este caso, quero que o percebam e que aprendam com ele, para que nunca mais aconteça com outro presidente", explicou Donald Trump.

Ao longo de seis páginas carregadas de críticas e acusações, o Presidente escreve que os responsáveis pelo processo de impeachment violaram os seus juramentos, quebraram a lealdade para com a Constituição e usaram de forma leviana o termo "destituição", palavra que considera "muito feia".

"Não existem muitas pessoas que conseguissem ter sofrido os castigos infligidos durante este período de tempo e, ainda assim, fazer tanto pelo sucesso da América e dos seus cidadãos", considerou.

Trump escreve ainda que foi "privado do processo constitucional básico desde o início do esquema do impeachment" e que lhe foram negados "direitos fundamentais, incluindo o direito de apresentar provas".

Apesar desta última afirmação, Trump chegou a ser convidado publicamente pelo presidente do Comité Judiciário da Câmara dos Representantes para fornecer provas relacionadas com o processo de destituição, o que teria permitido que a sua equipe legal interrogasse testemunhas, mas o Presidente recusou o convite.

Rezar pelo Presidente

A religião foi outro ponto referido na carta de Donald Trump para criticar diretamente Nanci Pelosi.

"Você está a ofender todos os americanos de fé ao dizer continuamente que 'reza pelo presidente', quando sabe que esta afirmação não é verdadeira, a menos que seja usada num sentido negativo. Está a fazer uma coisa terrível, mas será você a ter de viver com isso, não eu!".

Nancy Pelosi já afirmou várias vezes que reza por Donald Trump e, em outubro, disse que reza pela saúde do mesmo por considerar que o Presidente sofreu um colapso emocional durante uma reunião com líderes democratas.

Na carta, o Presidente escreve ainda que os democratas desenvolveram "Síndrome de Loucura por Trump", condição que "nunca irão ultrapassar", e acusa Nancy Pelosi de "ver como inimiga a democracia".

Depois de, por várias vezes, Donald Trump ter referido ao processo de impeachment como uma "caça às bruxas", o presidente considerou agora menos justo o seu caso do que o do julgamento das bruxas de Salém, no século XVII, durante o qual várias pessoas foram condenadas à morte no Estado de Massachusetts por suspeitas de feitiçaria, sem provas concretas que o provassem.

Pelosi diz que carta é "doentia"

No Twitter, o líder dos EUA destacou as "notas e críticas positivas" que a sua carta a Pelosi tem merecido. "Ela é a pior! Não admira que pessoas como ela e Chuck Shummer [líder da minoria democrata no Senado] estejam tão instáveis há tanto tempo - e isso inclui a administração anterior que (e temos a certeza disto) espiou a minha campanha", escreveu Trump.

Nancy Pelosi confirmou a receção da carta mas disse não a ter lido por inteiro, tendo, porém, "visto a sua essência", que considerou "muito doentia".

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