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Eles terão que passar por nossos cadáveres, diz ministro fiel a Maduro

O ministro da Defesa reafirmou, em nome do alto comando militar, seu apoio ao governo de Nicolás Maduro, após discurso do presidente dos EUA, Donald Trump

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, e membros do exército da Venezuela (Manaure Quintero/Reuters)
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AFP

Publicado em 19 de fevereiro de 2019 às 15h38.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2019 às 15h40.

A Força Armada venezuelana se declarou, nesta terça-feira, em "alerta" para evitar uma violação do território com a entrada anunciada de ajuda humanitária no sábado, e reiterou sua "lealdade irrestrita" ao presidente Nicolás Maduro , em um pronunciamento de rechaço aos pedidos do presidente americano, Donald Trump.

"A Força Armada permanecerá mobilizada e alerta ao longo das fronteiras (...) para evitar qualquer violação à integridade de seu território", disse o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, quem, em nome do alto comando militar, reiterou "irrestrita obediência, subordinação e lealdade" a Maduro.

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O chefe militar acusou Trump de se "arrogante" por pedir às forças armadas venezuelanas que aceitem a anistia oferecida pelo líder da oposição Juan Guaidó e a romper com Maduro, avisando que, do contrário, "perderão tudo".

"Reiteramos sem restrições obediência, subordinação e lealdade", afirmou Padrino.

"Aqui temos presidente, aqui temos o comandante-em-chefe, Nicolás Maduro", enfatizou.

O ministro afirmou ainda que as Forças Armadas não permitirão a implementação de "um governo fantoche, subserviente, entreguista, antipatriótico" pela força,

"Eles terão que passar por nossos cadáveres", afirmou.

Na véspera, Trump pediu aos militares venezuelanos que aceitem a anistia oferecida por Guaidó.

"Podem escolher entre aceitar a generosa oferta de anistia do [autoproclamado] presidente Guaidó e viver sua vida em paz com suas famílias e seus compatriotas. Ou podem escolher o segundo caminho: continuar apoiando [o presidente Nicolás] Maduro. Se elegerem este caminho, não encontrarão um refúgio, não haverá uma saída fácil. Perderão tudo", disse Trump a cerca de 300 venezuelanos em Miami, referindo-se aos militares.

Também afirmou que "os dias do socialismo e do comunismo estão contados" na Venezuela, Cuba e Nicarágua.

De Caracas, Maduro respondeu ao apelo do presidente americano aos militares: "Donald Trump acredita na potestade de dar ordens e que a Força Armada Nacional Bolivariana vai cumprir as ordens dele".

"A Donald Trump, o chefe do império, vamos responder com a moral, com a verdade, com união. Subestimam um país inteiro", disse durante ato de governo transmitido pela TV venezuelana.

Mais cedo, Juan Guaidó também exigiu aos militares que deixassem entrar no país a ajuda humanitária, apesar de o governo de Maduro ter ordenado bloqueá-la por considerá-la o início de uma invasão militar americana.

"A ordem está dada. De novo, senhores da Força Armada: permitam que entre a ajuda humanitária, têm a oportunidade de se colocar ao lado da Constituição, das necessidades do povo", assegurou Guaidó, líder do Congresso de maioria opositora.

Reconhecido como presidente interino por cerca de 50 países, Guaidó está preparando mobilizações em todo o país para acompanhar voluntários que irão à fronteira em caravanas de ônibus em busca de toneladas de remédios e alimentos, armazenados no Brasil, na Colômbia e em Curaçao.

"Em 23 de fevereiro, a ajuda humanitária de um jeito ou de outro vai entrar na Venezuela e em todos os cantos do país vamos nos mobilizar. As brigadas irão em caravana, enquanto haverá protestos (...). Não será através do medo que vão nos deter", assegurou.

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