Representante acrescentou que a maioria dos reféns estão retidos pelos extremistas na região de Al Shadadi, sob controle do EI em Al Hasaka (Afp.com / Jm Lopez)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2015 às 10h40.
Beirute - O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) pediu US$ 23 milhões para libertar centenas de reféns assírios, pertencentes a um grupo étnico de credo cristão, sequestrados em fevereiro no nordeste da Síria.
Um dos comandantes do rebelde Conselho Militar Siríaco Sírio (CMSS), Kino Gabriel, explicou por telefone nesta segunda-feira que as negociações entre a Igreja Assíria do Leste e os jihadistas foram suspensas depois que o EI pediu essa quantia pela libertação de todos os sequestrados.
"Para a Igreja pareceu uma quantia excessiva, então agora é esperado que o EI reduza esse valor e retome as conversas em breve", explicou Gabriel.
O representante acrescentou que a maioria dos reféns estão retidos pelos extremistas na região de Al Shadadi, sob controle do EI em Al Hasaka.
Os assírios foram sequestrados em 23 de fevereiro, depois que os extremistas invadiram vários povoados da ribeira sul do rio Jabur, nessa província.
O número exato de sequestrados é incerto, já que enquanto o Observatório Sírio de Direitos Humanos afirma que o EI capturou 220 pessoas, das quais posteriormente libertou 28, fontes assírias dizem que eram 373 reféns, dos quais 23 teriam sido liberados.
O Estado Islâmico entrou nos povos de maioria assíria durante os combates contra as Unidades de Proteção do Povo, milícias curdo-sírias que contam com a colaboração do Conselho Militar Siríaco Sírio.
Na região de Al Hasaka habita a maior parte dos assírios da Síria, que também têm presença no Iraque e Turquia. Antes do início do conflito em território sírio, em março de 2011, havia 200 mil assírios, mas restam apenas entre 15 mil e 20 mil no país. O idioma assírio é uma mistura de acádio, uma antiga língua da Mesopotâmia, e aramaico.