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Egito tenta salvar cessar-fogo entre Israel e Hamas

Governo do Egito afirmou que será coorganizador de uma conferência internacional para levantamento de fundos para Gaza, mas apenas de um acordo for fechado

Palestinos rezam em Gaza: Hamas exige fim do bloqueio israelense e egípcio à Faixa de Gaza (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 16h48.

Cairo - A poucas horas do fim do cessar-fogo entre Israel e o Hamas , mediadores egípcios reuniam-se separadamente com negociadores israelenses e palestinos na expectativa de salvar um acordo para um cessar-fogo de longo prazo que permitiria a reconstrução da Faixa de Gaza após um mês de guerra que matou mais de 2 mil pessoas.

O governo do Egito afirmou que será coorganizador de uma conferência internacional para levantamento de fundos para Gaza, mas apenas de um acordo for fechado.

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Desde a semana passada, o Egito tem sido o anfitrião de conversações indiretas entre Israel e o Hamas com o objetivo de encerrar a guerra devastadora.

Mas horas antes do final de um cessar-fogo temporário de cinco dias, à meia-noite (horário local, 18h em Brasília), ainda era incerto se um pacto de longo prazo seria alcançado.

O funcionário do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Kidra, disse nesta segunda-feira que o número de mortos em decorrência dos confrontos ultrapassou 2 mil palestinos, a maioria civis, enquanto autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU), que geralmente levam mais tempo para verificar os dados, colocaram o número em 1.976.

Milhares de casas foram destruídas e dezenas de milhares de pessoas continuam abrigadas em abrigos da ONU. Israel perdeu 67 pessoas, das quais apenas três não eram militares.

Representantes do Egito reuniram-se com os dois lados nesta segunda-feira, mas as divergências continuam grandes.

O Hamas exige o fim dos sete anos de bloqueio israelense e egípcio à Faixa de Gaza, medida que devastou a economia local.

Israel quer garantias de que o Hamas, que disparou milhares de foguetes contra o território israelense durante os combates, seja desarmado.

O bloqueio a Gaza, imposto depois de o Hamas ter tomado o controle do território costeiro em 2007, continua a ser o principal obstáculo.

A medida impede a movimentação dos palestinos para dentro e para fora do território, onde vivem 1,8 milhão de pessoas, restringe o fluxo de bens para Gaza e bloqueia praticamente todas as suas exportações.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já disse nesta semana que não vai permitir que o Hamas obtenha uma vitória diplomática na mesa de negociações.

Os negociadores palestinos disseram que não existe o desejo de voltar aos confrontos.

"A guerra ficou para trás", disse Ziad Nakhleh, líder da Jihad Islâmica, que integra a delegação palestina no Cairo. "Não vamos retornar à guerra".

O ministro de Relações Exteriores da Noruega disse nesta segunda-feira que seu país e o Egito pretendem realizar uma conferência de doadores no Cairo para obter recursos para a reconstrução de Gaza.

Boerge Brende disse que os convites serão enviados assim que um acordo de cessar-fogo for fechado.

Fonte: Associated Press.

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