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Ecoturismo é foco estratégico do governo de SP

Segundo Anna Carolina Lobo, gerente de ecoturismo da Fundação Florestal, o fluxo interno de turistas pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa

Ilhabela, em SP: uma das seis reservas naturais paulistas que receberão investimento do BID de 15 milhões de dólares. (Reprodução/Wikimedia Commons)

Vanessa Barbosa

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 16h06.

São Paulo - Frequentemente apontado como um dos setores da economia que mais pode contribuir para o desenvolvimento sustentável, o turismo está no centro das atenções do governo paulista. Maior emissor e receptor de turistas do Brasil, São Paulo quer incentivar a prática do turismo ecológico dentro de seus próprios limites.

Segundo a gerente de ecoturismo da Fundação Florestal de SP, Anna Carolina Lobo, 80% dos visitantes que circulam na metrópole são do próprio estado, a maioria vem à negócio. O desafio agora é expandir o tempo de permanência dos turistas nos destinos escolhidos e estimular os passeios que girem em torno da contemplação da natureza.

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"Além de gerar novas oportunidades de emprego e renda para diversas comunidades locais, o fluxo interno de turistas pode ajudar a reduzir as emissões de CO2 provenientes de deslocamentos, seja por terra ou ar", afirmou, durante participação em seminário da 1ª Bolsa Internacional de Economia Verde, que termina hoje (3) em SP.

Percursos mais curtos, demandam menos combustíveis e, muitas vezes, dispensam o uso de avião, que é responsável, por 40% das emissões de gases estufa no setor de turismo, segundo a Organização Mundial de Turismo. Com 3 milhões de hectares de áreas protegidas, São Paulo possui verdadeiros paraísos naturais pouco conhecidos pelo público turístico tradicional.

De acordo com dados da Fundação Florestal, em 2008, as 92 Unidades de Conservação administradas pelo estado receberam 1,5 milhão de turistas. Por meio de um contrato de empréstimo firmado com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) a Secretaria de Meio Ambiente (SIMA) está investindo US$ 15 milhões em seis parques estaduais na região da Mata Atlântica: Carlos Botelho, Intervales, Caverna do Diabo, Ilha do Cardoso, Ilhabela e o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar).

Os investimentos são vertidos na criação de novas trilhas e atrativos, centros de visitantes, exposições temáticas, estruturação de restaurantes, lanchonetes e meios de hospedagem, bem como na estruturação das principais estradas de acesso aos Parques. Para a qualificação de mão de obra local, o estado investe em programas de educação ambiental, que já conta com mais de 2,5 mil pessoas capacitadas.

Segundo Anna Lobo, a SIMA também está trabalhando na criação de uma marca única para todo os parques estaduais. "Através da padronização de lojas e produtos nas unidades de conservação, o visitante vai reconhecer mais facilmente que se trata de uma reserva paulista", disse.

Para oferecer experiências ecológicas nos quatro cantos do Estado, a Secretaria também mantém a todo o vapor o programa Trilhas de São Paulo. Lançado em meados de 2009, esse guia reúne 40 destinos naturais para serem percorridos a pé em 19 unidades de conservação, que juntas somam 731 mil hectares de Mata Atlântica remanescente e cerrado.

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