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Disputa entre Argo e Lincoln mostra boa forma de Hollywood

O favoritismo dos dois filmes ilustra a boa forma dos grandes estúdios de Hollywood, que tiveram pouco destaque nas premiações anteriores

Daniel Day-Lewis (E) e Steven Spielberg: os dois favoritos pertencem à velha e boa aristocracia hollywoodiana, com "Lincoln" distribuído pela Disney e "Argo" pela Warner (Robyn Beck/AFP)
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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 13h30.

Los Angeles - Além da diferença de gerações entre o veterano Steven Spielberg e o iniciante Ben Affleck, o duelo entre "Argo" e "Lincoln", favoritos ao Oscar deste domingo, ilustra a boa forma dos estúdios de Hollywood, que ganham força na corrida pelas estatuetas.

As últimas edições dos Oscar não foram muito gloriosas para os "grandões" hollywoodianos. "O Artista", laureado melhor filme em 2012, e "O discurso do rei", vencedor em 2011, eram ambos distribuídos pela The Weinstein Company, empresa independente dos irmãos Weinstein, com sede em Nova York.

Em 2010 o Oscar de melhor filme foi para "Guerra ao Terror", distribuído pelo mini-estúdio Summit Entertainment. É preciso ir até 2009 com "Quem quer ser um milionário?" para encontrar um vencedor dos grandes estúdios.

Mas a safra de 2013 marca o impressionante retorno destes estúdios. Os dois favoritos pertencem à velha e boa aristocracia hollywoodiana, com "Lincoln" distribuído pela Disney e "Argo" pela Warner. E até mesmo seus mais sérios concorrentes seguem o movimento, de "As Aventuras de Pi" (Fox) à "Hora mais escura" (Columbia), passando por "Os Miseráveis" (Universal).

"É um ótimo ano pois muitos filmes destes importantes estúdios não são apenas filmes bons, mas também sucessos de bilheteria", declarou à AFP o produtor Mark Johnson, vencedor do Oscar de melhor filme em 1989 por "Rain Man".

Na verdade, "Argo" e "Lincoln" ultrapassaram os 100 milhões de dólares de lucro na América do Norte, assim como "As aventuras de Pi" e "Os Miseráveis" - um número que não foi alcançado nem por "O Artista" nem por "Guerra ao terror".

Para Jason E. Squire, escritor e professor da Universidade do Sul da Califórnia (USC), em Los Angeles, é esta abundância de filmes de qualidade que deu início à maratona deste ano.

"Isto reflete a boa forma do mercado", explicou à AFP.


"Havia um claro favorito, 'Lincoln', que não é mais hoje, e parece que foi dada a largada", depois que "Argo" conquistou os principais prêmios pré-Oscar.

"Os profissionais de diferentes sindicatos (atores, produtores, diretores) votaram em 'Argo', expressando sua preferência pelo filme do ponto de vista profissional. Quando você tem um duelo de titãs como este, significa que a indústria está a todo vapor", disse o professor.

O cineasta Richard LaGravenese, diretor do recente "Dezesseis luas" e indicado ao Oscar de melhor roteiro original em 1992 por "O Pescador de Ilusões", também aproveita este novo fôlego numa corrida em que "a vitória de 'Lincoln' já parecia estar decidida desde antes".

Ele ressalta que os 6.000 membros da Academia de Artes Cinematográficas, responsável pelo Oscar, votaram mais cedo do que o costume para as indicações, sem influências de outros prêmios ou seleções.

"Eles nos fizeram votar muito cedo, antes que as indicações dos sindicatos dos roteiristas e diretores saíssem. E antes da cerimônia do Globo de Ouro", declarou à AFP.

Se os prognósticos se confirmarem, "Argo" e seu ator-diretor-produtor Ben Affleck deverão levar a estatueta dourada de melhor filme para casa.

E Steven Spielberg, que só levou o troféu de melhor filme em 1994, por "A Lista de Schindler", iria embora com seu terceiro prêmio de melhor diretor - pelo filme de 1994 e por "O Resgate do Soldado Ryan", em 1999 - na ausência de Afflec na categoria.

Uma espécie de julgamento de Salomão, que não desagradaria Sam Raimi, diretor da trilogia "Homem Aranha".

"Argo" e "Lincoln" são "filmes formidáveis. Eu adoro os dois", revelou Raimi à AFP.

"Sempre fui grande fã de Steven Spielberg, mas foi uma grande surpresa ver Ben Affleck virar um cineasta brilhante. Ele fica melhor a cada dia que passa".

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Los Angeles - Além da diferença de gerações entre o veterano Steven Spielberg e o iniciante Ben Affleck, o duelo entre "Argo" e "Lincoln", favoritos ao Oscar deste domingo, ilustra a boa forma dos estúdios de Hollywood, que ganham força na corrida pelas estatuetas.

As últimas edições dos Oscar não foram muito gloriosas para os "grandões" hollywoodianos. "O Artista", laureado melhor filme em 2012, e "O discurso do rei", vencedor em 2011, eram ambos distribuídos pela The Weinstein Company, empresa independente dos irmãos Weinstein, com sede em Nova York.

Em 2010 o Oscar de melhor filme foi para "Guerra ao Terror", distribuído pelo mini-estúdio Summit Entertainment. É preciso ir até 2009 com "Quem quer ser um milionário?" para encontrar um vencedor dos grandes estúdios.

Mas a safra de 2013 marca o impressionante retorno destes estúdios. Os dois favoritos pertencem à velha e boa aristocracia hollywoodiana, com "Lincoln" distribuído pela Disney e "Argo" pela Warner. E até mesmo seus mais sérios concorrentes seguem o movimento, de "As Aventuras de Pi" (Fox) à "Hora mais escura" (Columbia), passando por "Os Miseráveis" (Universal).

"É um ótimo ano pois muitos filmes destes importantes estúdios não são apenas filmes bons, mas também sucessos de bilheteria", declarou à AFP o produtor Mark Johnson, vencedor do Oscar de melhor filme em 1989 por "Rain Man".

Na verdade, "Argo" e "Lincoln" ultrapassaram os 100 milhões de dólares de lucro na América do Norte, assim como "As aventuras de Pi" e "Os Miseráveis" - um número que não foi alcançado nem por "O Artista" nem por "Guerra ao terror".

Para Jason E. Squire, escritor e professor da Universidade do Sul da Califórnia (USC), em Los Angeles, é esta abundância de filmes de qualidade que deu início à maratona deste ano.

"Isto reflete a boa forma do mercado", explicou à AFP.


"Havia um claro favorito, 'Lincoln', que não é mais hoje, e parece que foi dada a largada", depois que "Argo" conquistou os principais prêmios pré-Oscar.

"Os profissionais de diferentes sindicatos (atores, produtores, diretores) votaram em 'Argo', expressando sua preferência pelo filme do ponto de vista profissional. Quando você tem um duelo de titãs como este, significa que a indústria está a todo vapor", disse o professor.

O cineasta Richard LaGravenese, diretor do recente "Dezesseis luas" e indicado ao Oscar de melhor roteiro original em 1992 por "O Pescador de Ilusões", também aproveita este novo fôlego numa corrida em que "a vitória de 'Lincoln' já parecia estar decidida desde antes".

Ele ressalta que os 6.000 membros da Academia de Artes Cinematográficas, responsável pelo Oscar, votaram mais cedo do que o costume para as indicações, sem influências de outros prêmios ou seleções.

"Eles nos fizeram votar muito cedo, antes que as indicações dos sindicatos dos roteiristas e diretores saíssem. E antes da cerimônia do Globo de Ouro", declarou à AFP.

Se os prognósticos se confirmarem, "Argo" e seu ator-diretor-produtor Ben Affleck deverão levar a estatueta dourada de melhor filme para casa.

E Steven Spielberg, que só levou o troféu de melhor filme em 1994, por "A Lista de Schindler", iria embora com seu terceiro prêmio de melhor diretor - pelo filme de 1994 e por "O Resgate do Soldado Ryan", em 1999 - na ausência de Afflec na categoria.

Uma espécie de julgamento de Salomão, que não desagradaria Sam Raimi, diretor da trilogia "Homem Aranha".

"Argo" e "Lincoln" são "filmes formidáveis. Eu adoro os dois", revelou Raimi à AFP.

"Sempre fui grande fã de Steven Spielberg, mas foi uma grande surpresa ver Ben Affleck virar um cineasta brilhante. Ele fica melhor a cada dia que passa".

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