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Diplomata papal poderá ser julgado na República Dominicana

Ex-arcebispo polonês e diplomata papal foi destituído do sacerdócio após denúncias de pagar crianças para realizar atos sexuais

Vaticano: Wesolowski está sendo investigado na República Dominicana, onde atuou como núncio do Vaticano (Vincenzo Pinto/AFP)
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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 10h34.

Cidade do Vaticano - Um ex-arcebispo polonês e diplomata papal que foi destituído do sacerdócio após denúncias de pagar crianças para realizar atos sexuais perdeu a imunidade diplomática e poderá ser julgado na República Dominicana, informou o Vaticano .

Em um comunicado na noite de segunda-feira, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, também negou que o Vaticano, ao chamar Jozef Wesolowski de volta a Roma no ano passado, quando ele ainda era um diplomata em Santo Domingo, tentava encobrir o caso.

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Lombardi, cuja declaração se seguiu a uma reportagem detalhada sobre o caso Wesolowski esta semana no The New York Times, disse que o ex-arcebispo, de 66 anos, já não tem imunidade e "pode também ser submetido a procedimentos judiciais dos tribunais que possam ter competência específica sobre ele".

Wesolowski está sendo investigado na República Dominicana, onde atuou como núncio (embaixador) do Vaticano, sobre as acusações de pagamento de meninos para a prática de atos sexuais.

Em junho, um tribunal do Vaticano destituiu o ex-arcebispo do sacerdócio, o que significa que ele foi reduzido ao status de um leigo e não pode mais ser padre. Ele agora deve ser submetido a um julgamento separado, criminal, na Cidade do Vaticano, na primeira vez que o Vaticano vai realizar em seu território um julgamento por esse tipo de acusação.

Wesolowski pode pegar até 12 anos de prisão. Lombardi disse que Wesolowski está apelando contra a destituição do sacerdócio e que um outro processo canônico terá lugar nas próximas semanas.

Depois disso, o processo penal contra ele no Vaticano "continuará assim que a sentença canônica se tornar definitiva", afirmou. O porta-voz negou que a chamada de Wesolowski de volta a Roma no ano passado tenha sido uma tentativa de encobrir o caso.

"Longe de qualquer intenção de encobrimento, essa ação demonstra o compromisso pleno e direto de responsabilidade da Santa Sé, mesmo em um caso tão grave e delicada ...", disse Lombardi.

Ele afirmou que o papa Francisco, que prometeu tolerância zero contra os clérigos que abusam sexualmente de crianças, está acompanhando o caso Wesolowski com muito cuidado e quer que seja tratado "com justiça e rigor".

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