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Diante de críticas, Londres defende detenção de brasileiro

Polícia defendeu interrogatório de quase nove horas com o brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista que revelou o programa de espionagem da NSA

David Miranda (d) e o jornalista Glenn Greenwald (c): Londres argumentou que decisão em virtude da lei antiterrorista é responsabilidade da polícia (Ricardo Moraes/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2013 às 11h53.

Londres - A polícia britânica defendeu a decisão de interrogar em um aeroporto de Londres durante quase nove horas, com base na lei antiterrorista, o brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista do "The Guardian" Glenn Greenwald, que revelou ao mundo o programa de espionagem em massa da Agência de Segurança Nacional ( NSA ) americana.

Diante das críticas das associações de jornalistas, de organizações civis e do pedido do opositor Partido Trabalhista para que a lei antiterrorista seja revista, a Scotland Yard defendeu a aplicação da medida no caso de Miranda.

"Nossa avaliação é que a aplicação desses poderes neste caso foi válida legalmente e um processual", disse a polícia. A Scotland Yard também afirmou que um advogado esteve presente durante o interrogatório de Miranda.

A Casa Branca admitiu que foi informada previamente de que David Miranda seria detido, mas assegurou que a medida não foi uma exigência das autoridades americanas ao governo britânico.

Londres argumentou que a decisão de deter e interrogar um cidadão brasileiro em virtude da lei antiterrorista é responsabilidade unicamente da polícia.

Os advogados de Miranda enviaram uma carta à ministra britânica de Interior, Theresa May, e ao comissário-chefe da polícia de Londres, Bernard Hogan-Howe, na qual advertem que vão adotar medidas contra uma detenção que consideram "ilegal", informou o "The Guardian".

O escritório de advocacia londrino Bindmans, que representa Miranda, busca obter uma ordem oficial para evitar qualquer "inspeção, cópia, divulgação, distribuição ou interferência" da informação que seu cliente guardava nos aparelhos eletrônicos confiscados durante sua retenção.

O Ministério de Interior britânico defendeu a operação e disse que "o governo e a polícia têm o dever de proteger as pessoas e a segurança nacional".

"Se a polícia acredita que um indivíduo está em posse de informação roubada altamente sensível que poderia ajudar ao terrorismo, então deve atuar, e a lei proporciona jurisdição para isso", afirmou um porta-voz da pasta.

O governo brasileiro emitiu nota classificando a detenção sem acusações de Miranda de "injustificável". Um porta-voz da chancelaria britânica confirmou nesta terça-feira que o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, conversou ontem por telefone sobre o caso com o chanceler Antonio Patriota, mas não deu maiores detalhes.

"Acertaram que as autoridades brasileiras e britânicas permanecerão em contato sobre este assunto", foi o sucinto comentário oficial do Reino Unido, que voltou a reiterar que este tema compete à polícia metropolitana de Londres.


O diretor do "The Guardian", Alan Rusbridge, afirmou hoje que as autoridades britânicas o obrigaram há um mês a destruir cópias do material confidencial entregue pelo ex-prestador de serviços da CIA Edward Snowden a Greenwald, caso contrário teria que enfrentar um processo.

Na opinião de Rusbridge, o ocorrido demonstra que "a ameaça contra o jornalismo é real e está crescendo". Greenwald manifestou a mesma opinião e prometeu seguir publicando os documentos de Snowden.

A detenção neste domingo de Miranda provocou uma intensa polêmica no Reino Unido, críticas das associações de jornalistas e um problema diplomático com o Brasil.

O companheiro de Greenwald foi retido no aeroporto londrino de Heathrow por seis agentes britânicos durante pouco menos de nove horas, o máximo que permite a lei antiterrorista sem a necessidade da apresentação de acusações.

Segundo o próprio Miranda relatou, foram confiscados seus dispositivos eletrônicos, como seu computador, celular e cartões de memória.

David Miranda vive no Rio de Janeiro com o repórter Glenn Greenwald, que desde junho vem divulgando milhares de documentos vazados por Edward Snowden sobre a espionagem global de comunicações privadas realizadas pelos Estados Unidos.

Após recolher em Berlim arquivos entregues pela documentalista e cineasta Laura Poitras, colaboradora de Greenwald no caso Snowden, Miranda se encaminhava ao Rio com escala em Londres.

Sua detenção estaria relacionada com o transporte desses documentos, dos quais David Miranda não tinha conhecimento, de acordo com suas declarações.

*Matéria atualizada às 11h53

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Diante das críticas das associações de jornalistas, de organizações civis e do pedido do opositor Partido Trabalhista para que a lei antiterrorista seja revista, a Scotland Yard defendeu a aplicação da medida no caso de Miranda.

"Nossa avaliação é que a aplicação desses poderes neste caso foi válida legalmente e um processual", disse a polícia. A Scotland Yard também afirmou que um advogado esteve presente durante o interrogatório de Miranda.

A Casa Branca admitiu que foi informada previamente de que David Miranda seria detido, mas assegurou que a medida não foi uma exigência das autoridades americanas ao governo britânico.

Londres argumentou que a decisão de deter e interrogar um cidadão brasileiro em virtude da lei antiterrorista é responsabilidade unicamente da polícia.

Os advogados de Miranda enviaram uma carta à ministra britânica de Interior, Theresa May, e ao comissário-chefe da polícia de Londres, Bernard Hogan-Howe, na qual advertem que vão adotar medidas contra uma detenção que consideram "ilegal", informou o "The Guardian".

O escritório de advocacia londrino Bindmans, que representa Miranda, busca obter uma ordem oficial para evitar qualquer "inspeção, cópia, divulgação, distribuição ou interferência" da informação que seu cliente guardava nos aparelhos eletrônicos confiscados durante sua retenção.

O Ministério de Interior britânico defendeu a operação e disse que "o governo e a polícia têm o dever de proteger as pessoas e a segurança nacional".

"Se a polícia acredita que um indivíduo está em posse de informação roubada altamente sensível que poderia ajudar ao terrorismo, então deve atuar, e a lei proporciona jurisdição para isso", afirmou um porta-voz da pasta.

O governo brasileiro emitiu nota classificando a detenção sem acusações de Miranda de "injustificável". Um porta-voz da chancelaria britânica confirmou nesta terça-feira que o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, conversou ontem por telefone sobre o caso com o chanceler Antonio Patriota, mas não deu maiores detalhes.

"Acertaram que as autoridades brasileiras e britânicas permanecerão em contato sobre este assunto", foi o sucinto comentário oficial do Reino Unido, que voltou a reiterar que este tema compete à polícia metropolitana de Londres.


O diretor do "The Guardian", Alan Rusbridge, afirmou hoje que as autoridades britânicas o obrigaram há um mês a destruir cópias do material confidencial entregue pelo ex-prestador de serviços da CIA Edward Snowden a Greenwald, caso contrário teria que enfrentar um processo.

Na opinião de Rusbridge, o ocorrido demonstra que "a ameaça contra o jornalismo é real e está crescendo". Greenwald manifestou a mesma opinião e prometeu seguir publicando os documentos de Snowden.

A detenção neste domingo de Miranda provocou uma intensa polêmica no Reino Unido, críticas das associações de jornalistas e um problema diplomático com o Brasil.

O companheiro de Greenwald foi retido no aeroporto londrino de Heathrow por seis agentes britânicos durante pouco menos de nove horas, o máximo que permite a lei antiterrorista sem a necessidade da apresentação de acusações.

Segundo o próprio Miranda relatou, foram confiscados seus dispositivos eletrônicos, como seu computador, celular e cartões de memória.

David Miranda vive no Rio de Janeiro com o repórter Glenn Greenwald, que desde junho vem divulgando milhares de documentos vazados por Edward Snowden sobre a espionagem global de comunicações privadas realizadas pelos Estados Unidos.

Após recolher em Berlim arquivos entregues pela documentalista e cineasta Laura Poitras, colaboradora de Greenwald no caso Snowden, Miranda se encaminhava ao Rio com escala em Londres.

Sua detenção estaria relacionada com o transporte desses documentos, dos quais David Miranda não tinha conhecimento, de acordo com suas declarações.

*Matéria atualizada às 11h53

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