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Diálogo de paz colombiano abre novo ciclo em Cuba

Após um mês de recesso, o governo da Colômbia e as Farc voltaram a se sentar na mesa de negociação em Havana

Farc: a equipe de negociação das Farc foi ampliada pela incorporação de "Pablo Catatumbo", Victoria Sandino Palmeira, Freddy González, Lucas Carvajal, Laura Villa e Sergio Ibáñez. (Luis Acosta/AFP)
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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2013 às 14h35.

Havana - O governo da Colômbia e as Farc retomaram nesta terça-feira em Cuba seu diálogo de paz com o objetivo de encerrar o debate sobre a questão agrária, com novos negociadores da guerrilha e com a proposta de reeleição do presidente Juan Manuel Santos como pano de fundo.

Após um mês de recesso, ambas as partes voltaram a se sentar na mesa de negociação em Havana. A equipe das Forças Armadas Revolucionárias (Farc) foi ampliada pela incorporação de "Pablo Catatumbo", Victoria Sandino Palmeira, Freddy González, Lucas Carvajal, Laura Villa e Sergio Ibáñez.

Trata-se de um "poderoso reforço", que demonstra "a imensa vontade de paz" da guerrilha, segundo o chefe da delegação, "Ivan Márquez" (Luciano Marín Arango).

Por sua parte, os negociadores do governo disseram que as incorporações foram permitidas como "um voto de confiança" no processo.

"Esperamos que este novo ar sirva para concretizar o fechamento do primeiro ponto da agenda e dar assim o sinal que os colombianos esperam", disse Humberto de la Calle, que dirige a equipe negociadora do presidente Santos.

O desejo de ambas as partes nesta oitava rodada de negociação é encerrar a discussão sobre o tema da terra, o primeiro ponto da agenda e que está sobre a mesa desde que começaram as conversas em novembro. Desta forma, passaria-se para o tema seguinte: a participação política dos guerrilheiros se a paz for assinada.

Os negociadores do governo sublinharam hoje que "este é um processo que não pode se prolongar indefinidamente".


"Queremos resultados. É a instrução que recebemos do presidente Santos", disse De la Calle.

Perante da controvérsia que o processo de paz gera na Colômbia, o chefe dos negociadores do governo aceitou as críticas democráticas mas apelou para a sensatez.

"Que não se ataque o governo por supostos acordos que não foram feitos e nunca serão estabelecidos com a guerrilha", pediu De la Calle, para quem a paz não será atingida a qualquer custo.

O chefe negociador lembrou aos colombianos e à guerrilha que em Havana não está se negociando nem o modelo econômico da Colômbia -"estamos claros em relação ao investimento externo e a propriedade privada"-, nem a doutrina militar do país, entre outros temas propostos pelas Farc.

Na abertura desta nova rodada de conversas o pano de fundo foi o debate aberto na Colômbia sobre a proposta do presidente Santos para uma reeleição de dois anos.

As Farc deixaram claro que seu compromisso está com o processo de paz e não com a reeleição presidencial, segundo disse Catatumbo (conhecido como Jorge Torres Victoria) em sua "estreia" perante os meios de comunicação em Havana.

"Por enquanto o presidente (Santos) retirou a proposta e isso tem várias leituras", disse o comandante do Bloco Ocidental das Farc, um dos mais ativos do ponto de vista militar no país.


O chefe guerrilheiro considerou que "para a paz o que convém é seguir persistindo em encontrar o caminho da reconciliação da família colombiana, qualquer que seja o presidente que governe a Colômbia".

Na equipe governamental, De la Calle procurou separar esta polêmica do processo de diálogo: "as discussões recentes sobre a hipotética duração do período dos eleitos nada tem nada a ver com a Mesa de Havana nem alteram a necessidade de se atuar com eficiência", opinou.

Santos, cujo mandato termina em agosto de 2014, propôs na semana passada a possibilidade de ser reeleito para mais dois anos e que a partir de então, em 2016, os períodos presidenciais passem de quatro a seis anos sem possibilidade de reeleição.

Embora Santos tenha falado de uma reeleição por meio do voto, a imprensa apresentou a possibilidade de uma ampliação de mandato sem reeleição. Por isso o presidente da Colômbia esclareceu ontem sua proposta em carta para o Congresso.

A nova rodada negociadora, realizada em Havana, sede permanente do processo, terá como as anteriores uma duração de onze dias e manterá a mesma dinâmica de realizar três dias seguidos de trabalho seguido por um de recesso.

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Após um mês de recesso, ambas as partes voltaram a se sentar na mesa de negociação em Havana. A equipe das Forças Armadas Revolucionárias (Farc) foi ampliada pela incorporação de "Pablo Catatumbo", Victoria Sandino Palmeira, Freddy González, Lucas Carvajal, Laura Villa e Sergio Ibáñez.

Trata-se de um "poderoso reforço", que demonstra "a imensa vontade de paz" da guerrilha, segundo o chefe da delegação, "Ivan Márquez" (Luciano Marín Arango).

Por sua parte, os negociadores do governo disseram que as incorporações foram permitidas como "um voto de confiança" no processo.

"Esperamos que este novo ar sirva para concretizar o fechamento do primeiro ponto da agenda e dar assim o sinal que os colombianos esperam", disse Humberto de la Calle, que dirige a equipe negociadora do presidente Santos.

O desejo de ambas as partes nesta oitava rodada de negociação é encerrar a discussão sobre o tema da terra, o primeiro ponto da agenda e que está sobre a mesa desde que começaram as conversas em novembro. Desta forma, passaria-se para o tema seguinte: a participação política dos guerrilheiros se a paz for assinada.

Os negociadores do governo sublinharam hoje que "este é um processo que não pode se prolongar indefinidamente".


"Queremos resultados. É a instrução que recebemos do presidente Santos", disse De la Calle.

Perante da controvérsia que o processo de paz gera na Colômbia, o chefe dos negociadores do governo aceitou as críticas democráticas mas apelou para a sensatez.

"Que não se ataque o governo por supostos acordos que não foram feitos e nunca serão estabelecidos com a guerrilha", pediu De la Calle, para quem a paz não será atingida a qualquer custo.

O chefe negociador lembrou aos colombianos e à guerrilha que em Havana não está se negociando nem o modelo econômico da Colômbia -"estamos claros em relação ao investimento externo e a propriedade privada"-, nem a doutrina militar do país, entre outros temas propostos pelas Farc.

Na abertura desta nova rodada de conversas o pano de fundo foi o debate aberto na Colômbia sobre a proposta do presidente Santos para uma reeleição de dois anos.

As Farc deixaram claro que seu compromisso está com o processo de paz e não com a reeleição presidencial, segundo disse Catatumbo (conhecido como Jorge Torres Victoria) em sua "estreia" perante os meios de comunicação em Havana.

"Por enquanto o presidente (Santos) retirou a proposta e isso tem várias leituras", disse o comandante do Bloco Ocidental das Farc, um dos mais ativos do ponto de vista militar no país.


O chefe guerrilheiro considerou que "para a paz o que convém é seguir persistindo em encontrar o caminho da reconciliação da família colombiana, qualquer que seja o presidente que governe a Colômbia".

Na equipe governamental, De la Calle procurou separar esta polêmica do processo de diálogo: "as discussões recentes sobre a hipotética duração do período dos eleitos nada tem nada a ver com a Mesa de Havana nem alteram a necessidade de se atuar com eficiência", opinou.

Santos, cujo mandato termina em agosto de 2014, propôs na semana passada a possibilidade de ser reeleito para mais dois anos e que a partir de então, em 2016, os períodos presidenciais passem de quatro a seis anos sem possibilidade de reeleição.

Embora Santos tenha falado de uma reeleição por meio do voto, a imprensa apresentou a possibilidade de uma ampliação de mandato sem reeleição. Por isso o presidente da Colômbia esclareceu ontem sua proposta em carta para o Congresso.

A nova rodada negociadora, realizada em Havana, sede permanente do processo, terá como as anteriores uma duração de onze dias e manterá a mesma dinâmica de realizar três dias seguidos de trabalho seguido por um de recesso.

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