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Derrota da extrema-direita na Holanda leva alívio para políticos

Políticos como a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente da Comissão Europeia parabenizaram o primeiro-ministro holandês pela vitória

Angela Merkel: chanceler alemã disse ao primeiro-ministro holandês que espera "continuar nossa boa cooperação de amigos, vizinhos, europeus" (Darren Staples/Reuters)
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Reuters

Publicado em 16 de março de 2017 às 09h31.

Amsterdã - O primeiro-ministro de centro-direita da Holanda , Mark Rutte, desbancou o desafio representado pelo rival anti-islã e anti-União Europeia Geert Wilders e obteve uma vitória eleitoral que foi saudada nesta quinta-feira por governos de toda a Europa que enfrentam uma onda crescente de nacionalismo.

O euro subiu quando os resultados da votação de quarta-feira mostraram uma vitória clara de Rutte, embora com menos cadeiras do que na legislatura anterior.

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O premiê disse ter se tratado de uma "noite na qual a Holanda, após o Brexit (desfiliação britânica da UE), após as eleições americanas, disse 'chega' ao tipo errado de populismo".

O desfecho foi uma decepção para Wilders, que liderou as pesquisas de opinião até o final da campanha e que esperava obter um triunfo antissistema na primeira de três eleições cruciais em países da UE neste ano.

Analistas políticos disseram que Rutte venceu graças a uma combinação de fatores, nem todos os quais podem se aplicar à França, onde a líder do partido de extrema-direita Frente Nacional, Marine Le Pen, deve estar no segundo turno da votação presidencial em maio.

Rutte recebeu cumprimentos de líderes europeus como a chanceler alemã, Angela Merkel, que terá um desafio difícil diante dos social-democratas no pleito de setembro e que perdeu parte de seu apoio para um partido anti-imigração, o Alternativa para a Alemanha, que deve conquistar vagas no Parlamento pela primeira vez.

Merkel disse a Rutte que espera "continuar nossa boa cooperação de amigos, vizinhos, europeus", segundo seu porta-voz.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que o resultado representa "uma inspiração para muitos", enquanto o atual presidente da França, François Hollande, afirmou que foi uma "vitória clara contra o extremismo".

O candidato presidencial francês de centro Emmanuel Macron, que deve enfrentar Le Pen no segundo turno, afirmou: "A Holanda está nos mostrando que um avanço da extrema-direita não é uma decisão tomada e que os progressista estão ganhando força".

Segundo colocado com uma votação expressiva, Wilders alertou Rutte que o premiê ainda não pode descartar seu Partido da Liberdade, que vem dominando o debate sobre a imigração. Wilders disse que quer participar da formação de uma coalizão, embora as principais legendas tenham se recusado a trabalhar com ele.

"Éramos o terceiro maior partido da Holanda. Agora somos o segundo maior partido. Da próxima vez seremos o número 1", afirmou.

Com 97 por cento dos votos apurados, o VVD havia obtido 33 das 150 cadeiras do Parlamento --menos que as 41 de 2012. A legenda de Wilders ficou com 20, enquanto os Democratas Cristãose os centristas Democratas 66 empataram em terceiro lugar, com 19 assentos cada, segundo dados fornecidos pela agência de notícias ANP.

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