David Cameron faz mea culpa após "Panama Papers"
Foram necessários quatro comunicados confusos do seu gabinete para que ele admitisse que possuía participação na empresa com sede em um paraíso fiscal
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2016 às 13h43.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron , reconheceu neste sábado que não administrou de maneira adequada a informação revelada pelos "Panama Papers" sobre sua participação em empresas offshore de propriedade de seu pai, ao mesmo tempo que centenas de pessoas pediam sua renúncia em Downing Street.
Enquanto na capital da Islândia, os protesto não param há uma semana por conta do mesmo escândalo, que provocou a renúncia do primeiro-ministro do país, em Londres as vozes a favor da saída de Cameron são bem menos numerosas.
Diante do número 10 de Downing Street, residência oficial do chefe de Governo, os manifestantes gritavam "Cameron must go", ("Cameron deve sair"), ao mesmo tempo que utilizavam chapéus Panamá e camisas havaianas.
Apenas dois quilômetros separavam a residência do primeiro-ministro do grande hotel onde Cameron discursou aos delegados do Partido Conservador, reunidos em um fórum.
"Não foi uma grande semana", disse, em referência ao tema que abalou sua semana: a revelação de que seu pai Ian, falecido em 2010, havia dirigido um fundo de investimentos nas Bahamas no qual o próprio Cameron teve ações, como acabou admitindo na quinta-feira à noite.
Nada ilegal, insistiu o premier. Mas foram necessários quatro comunicados confusos do gabinete de Cameron, antes do primeiro-ministro finalmente reconhecer, na quinta-feira à noite, que possuía participação na empresa com sede em um paraíso fiscal.
"Aprendi a lição"
Eu sei que deveria ter lidado melhor com isto", disse. "Não culpem meus conselheiros. Podem me culpar. Aprendi a lição".
Neste sábado, Cameron reiterou a promessa de publicar "em breve" as declarações de impostos dos últimos anos, um gesto inédito por parte de um primeiro-ministro na Grã-Bretanha.
Para o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, tudo acontece muito tarde. Ele afirmou na sexta-feira que o "primeiro-ministro perdeu a confiança dos britânicos", mas não chegou a pedir sua renúncia.
Cameron encerra assim uma semana e até mesmo um m~es particularmente complicados. Antes do escândalo "Panama Papers", o premier britânico teve que lidar com a crise do setor siderurgico após o anúncio de saída da gigante chinesa Tata Steel, que provocou a acusação de que sacrificou empregos britânicos em nome das boas relações com Pequim.
Também teve que enfrentar as eternas divisões dentro de seu partido sobre a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia (UE), que resultaram na demissão em meados de março de Iain Duncan Smith, o eurocético ministro do Trabalho.
O país terá eleições locais em maio, nas quais o referendo sobre a eventual permanência na UE, de 23 de junho, é o tema dominante.
Uma pesquisa YouGov divulgada na sexta-feira mostrou que a popularidade do primeiro-ministro caiu ao menor nível desde julho de 2013, com 58% de opiniões contrárias.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron , reconheceu neste sábado que não administrou de maneira adequada a informação revelada pelos "Panama Papers" sobre sua participação em empresas offshore de propriedade de seu pai, ao mesmo tempo que centenas de pessoas pediam sua renúncia em Downing Street.
Enquanto na capital da Islândia, os protesto não param há uma semana por conta do mesmo escândalo, que provocou a renúncia do primeiro-ministro do país, em Londres as vozes a favor da saída de Cameron são bem menos numerosas.
Diante do número 10 de Downing Street, residência oficial do chefe de Governo, os manifestantes gritavam "Cameron must go", ("Cameron deve sair"), ao mesmo tempo que utilizavam chapéus Panamá e camisas havaianas.
Apenas dois quilômetros separavam a residência do primeiro-ministro do grande hotel onde Cameron discursou aos delegados do Partido Conservador, reunidos em um fórum.
"Não foi uma grande semana", disse, em referência ao tema que abalou sua semana: a revelação de que seu pai Ian, falecido em 2010, havia dirigido um fundo de investimentos nas Bahamas no qual o próprio Cameron teve ações, como acabou admitindo na quinta-feira à noite.
Nada ilegal, insistiu o premier. Mas foram necessários quatro comunicados confusos do gabinete de Cameron, antes do primeiro-ministro finalmente reconhecer, na quinta-feira à noite, que possuía participação na empresa com sede em um paraíso fiscal.
"Aprendi a lição"
Eu sei que deveria ter lidado melhor com isto", disse. "Não culpem meus conselheiros. Podem me culpar. Aprendi a lição".
Neste sábado, Cameron reiterou a promessa de publicar "em breve" as declarações de impostos dos últimos anos, um gesto inédito por parte de um primeiro-ministro na Grã-Bretanha.
Para o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, tudo acontece muito tarde. Ele afirmou na sexta-feira que o "primeiro-ministro perdeu a confiança dos britânicos", mas não chegou a pedir sua renúncia.
Cameron encerra assim uma semana e até mesmo um m~es particularmente complicados. Antes do escândalo "Panama Papers", o premier britânico teve que lidar com a crise do setor siderurgico após o anúncio de saída da gigante chinesa Tata Steel, que provocou a acusação de que sacrificou empregos britânicos em nome das boas relações com Pequim.
Também teve que enfrentar as eternas divisões dentro de seu partido sobre a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia (UE), que resultaram na demissão em meados de março de Iain Duncan Smith, o eurocético ministro do Trabalho.
O país terá eleições locais em maio, nas quais o referendo sobre a eventual permanência na UE, de 23 de junho, é o tema dominante.
Uma pesquisa YouGov divulgada na sexta-feira mostrou que a popularidade do primeiro-ministro caiu ao menor nível desde julho de 2013, com 58% de opiniões contrárias.