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Dalai Lama diz que espera reforma após transição na China

Líder espiritual admitiu que as reformas econômicas resultaram em benefícios, mas disse que o recurso à força contraria seu objetivo de criar uma "sociedade harmoniosa"

"Acho que não há alternativa exceto alguma mudança política, portanto uma reforma política. A reforma econômica já está aí", disse o Dalai Lama (Yuriko Nakao/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2012 às 09h48.

Yokohama - O futuro líder chinês, Xi Jinping, não terá alternativa senão iniciar reformas políticas duradouras, assim como já ocorreu com as reformas econômicas, disse nesta segunda-feira o Dalai Lama, líder espiritual tibetano no exílio.

Xi, hoje vice-presidente, deve substituir o presidente Hu Jintao como secretário-geral do Partido Comunista, durante o congresso do Partido Comunista que começa na quinta-feira. Em março, ele deve assumir a Presidência, encerrando uma transição que acontece a cada década no regime chinês.

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"Agora a era de Hu Jintao é passado, agora Xi Jinping está chegando como presidente. Acho que não há alternativa exceto alguma mudança política, portanto uma reforma política. A reforma econômica já está aí", disse o Dalai Lama a jornalistas em visita ao Japão.

Ele admitiu que as reformas econômicas resultaram em benefícios para a China , mas disse que o recurso à força por parte das autoridades contraria seu objetivo de criar uma "sociedade harmoniosa". "Usar a força acarreta suspeita, medo. Isso é o contrário de harmonia." A China acusa o Dalai Lama de ser um separatista e de estimular protestos contra o domínio chinês sobre o Tibet, incluindo mais de 60 autoimolações na região e seus arredores desde março de 2011.

O Dalai Lama nega ser um separatista, e diz que só deseja uma autonomia significativa para a sua região montanhosa.

O líder budista afirmou esperar que, se a China se democratizar, isso ajudará a resolver atritos com seus vizinhos, como a disputa territorial entre China e Japão por causa de várias ilhas.

As relações sino-japonesas se deterioraram fortemente desde setembro, quando o governo japonês nacionalizou ilhas reivindicadas por Pequim, o que motivou protestos anti-Japão em várias partes da China.

Autoridades ministeriais dos dois países disseram se reuniram na segunda-feira na China e decidiram manter seu diálogo.

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