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Da Índia a Hong Kong, as novas medidas contra o coronavírus

Enquanto isso, a Noruega afirmou que as Nações Unidas criarão novo fundo para ajudar países emergentes no combate à pandemia

Karachi, no Paquistão: quarentena obrigatória para evitar disseminação do coronavírus (Akhtar Soomro/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2020 às 07h04.

Última atualização em 24 de março de 2020 às 00h38.

Com mais de 341.000 casos de coronavírus confirmados e mais de 14.700 mortes, governos mundo afora iniciam a semana com mais uma série de novas medidas para conter a pandemia.

Na Índia, que tem 415 casos de coronavírus, começou nesta segunda-feira um isolamento obrigatório na capital Nova Dheli, onde vivem mais de 18 milhões de habitantes. A medida durará pelo menos até o fim do mês. “Por favor, salve a você mesmo, salve sua família, siga as instruções de forma séria”, disse o premiê Narendra Modi no Twitter.

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O país é uma das maiores preocupações de órgãos de saúde internacionais devido a seu sistema de saúde pouco estruturado e população de mais de 1 bilhão de habitantes, boa parte com renda média baixa. O vizinho Paquistão também estabeleceu quarentena em diversas cidades, incluindo em Karachi, a maior do país — apesar de o premiê Imran Khan ter dito que se opunha à restrição devido aos impactos econômicos.

Novas restrições a circulação de estrangeiros também começaram a entrar em vigor. Países como Austrália, Nova Zelândia, Hong Kong, Singapura, Taiwan e Emirados Árabes Unidos impuseram restrições nas fronteiras que vão vigorar durante esta semana. Os fechamentos fizeram uma série de voos serem cancelados. As fronteiras já estão fechadas em diversos países da Europa, que se tornou o epicentro do coronavírus. No Nepal, vizinho da Índia, o governo também ordenou fechamento de fronteiras com Índia e China até o fim do mês. O país tem somente um caso confirmado, segundo o governo local.

O próprio Brasil verá nesta semana a maior quarentena do país, depois que o estado de São Paulo, o mais afetado pela pandemia com mais de 300 casos, inicia na terça-feira, 24, um isolamento obrigatório ordenado pelo governador João Doria (PSDB) no fim de semana. Somente negócios essenciais vão abrir. Outros estados do Brasil também vêm restringindo o comércio e a circulação de pessoas.

No país inteiro, começa a valer nesta segunda-feira uma Medida Provisória do governo para permitir negociações com trabalhadores como férias antecipadas ou banco de horas, de modo a preservar empregos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social divulgou ainda no domingo, 22, plano de 55 bilhões de reais para ajudar a conter os impactos da pandemia.

Na frente financeira, a semana também começa com a expectativa de um pacote trilionário a ser anunciado pelo governo dos Estados Unidos. O pacote de 2 trilhões de dólares não conseguiu ser aprovado no Senado no fim de semana, mas novas negociações para chegar a um meio-termo continuam ao longo do dia.

Após horas de discussões no domingo, 22, o Senado viu embates entre republicanos e democratas quanto à dimensão do estímulo. Os democratas afirmaram que era excessivamente generoso aos grandes negócios e que não havia fundos suficientes para hospitais.

A notícia positiva vem da Noruega, que afirmou que a Organização das Nações Unidas (ONU) vai criar um fundo, de valor ainda não divulgado, para ajudar países impactados pelo coronavírus. Foi a Noruega quem sugeriu o fundo, segundo a agência Reuters.

O foco são justamente países emergentes, como Brasil e Índia. Países da África como Angola e Uganda também registraram seus primeiros casos, assim como na Faixa de Gaza, no território da Palestina. Na semana passada, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu aos países desenvolvidos que ajudassem a financiar o combate da pandemia no mundo. A ver se as negociações caminham.

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