Curdistão vai às urnas por independência do Iraque
O Curdistão se esparrama pelos territórios de 4 países: Iraque, Irã, Síria e Turquia — e todos temem que os curdos decidam clamar por independência
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2017 às 05h59.
Última atualização em 25 de setembro de 2017 às 08h11.
Nesta segunda-feira, os curdos que vivem no Iraque estão votando pela própria independência. Por meio de um polêmico referendo, que foi levado adiante pelo presidente do Curdistão iraquiano a contragosto das autoridades iraquianas e de outros órgãos internacionais, é esperado que os eleitores amplamente decidam pelo “sim” da autonomia.
O Curdistão é uma região que se esparrama pelos territórios de quatro países: Iraque, Irã, Síria e Turquia — e todos os países temem que os curdos decidam clamar por independência a depender do sucesso da parte iraquiana em guiar o processo. O território habitado pelos curdos é riquíssimo em petróleo, cobre e ouro, e a comunidade internacional tem se manifestado massivamente contrária à votação.
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O Conselho de Segurança da ONU manifestou preocupação pela decisão “potencialmente desestabilizadora” de realizar um referendo por via unilateral (sem o consentimento do governo central do Iraque), enquanto a Turquia afirmou que o referendo é uma “ameaça à sua segurança nacional”, além de ter classificado o referendo como “ilegal e inaceitável”. Inclusive, o tópico deve ser tema do último dia da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que conta com a participação do presidente turco, Tayyip Erdogan.
Apesar de todas as investidas contrárias, o presidente do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani, não cedeu. O referendo tem sido cogitado formalmente desde 2014, quando foi criado o Estado Islâmico na cidade de Mossul, no Iraque, levando a um cenário de conflitos constantes.
Atualmente, a população curda soma mais de 30 milhões de pessoas, sendo 7 milhões só na parte iraquiana, e elas compõem a maior nação sem estado do mundo. Caso o “sim” saia vitorioso das urnas, o desejo de consolidar suas tradições no secular território fica mais próximo.