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Cristina Kirchner, a grande ausente da jornada eleitoral

A presidente se submeteu a uma operação em 8 de outubro para a retirada de um hematoma no cérebro e precisa evitar situações de estresse

Presidente da Argentina, Christina Kirchner, durante comício em maio deste ano, em Buenos Aires (Marcos Brindicci/Reuters)

Presidente da Argentina, Christina Kirchner, durante comício em maio deste ano, em Buenos Aires (Marcos Brindicci/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2013 às 14h27.

Buenos Aires - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que se recupera de uma cirurgia em sua residência oficial nos arredores de Buenos Aires, é a grande ausente da votação que está sendo realizada neste domingo no país, na qual o país irá renovar parte de seu Congresso e antecipar o cenário político para as eleições presidenciais de 2015.

Cristina mantém um rígido repouso, seguindo recomendações médicas, e não poderá viajar para Río Gallegos, onde se localiza sua zona eleitoral, nem visitar o túmulo de seu marido no cemitério da cidade no terceiro aniversário da morte de Néstor Kirchner.

A presidente se submeteu a uma operação em 8 de outubro para a retirada de um hematoma no cérebro e precisa evitar situações de estresse. O problema foi causado por uma queda ocorrida em circunstâncias que não foram reveladas.

A governante será informada sobre o desenvolvimento da jornada eleitoral por seu círculo de colaboradores mais íntimo, a frente do qual se encontra seu filho Máximo, que viajou hoje para Río Gallegos para votar.

Dirigentes e candidatos governistas desejaram, ao exercer o direito ao voto, a recuperação da presidente. O vice-presidente, Amado Boudou, que assumiu formalmente o governo, admitiu hoje que não falou pessoalmente com Cristina neste período de recuperação, mas afirmou que a governante evolui de forma satisfatória e que os boletins médicos são 'tranquilizadores'.

'Sabíamos que tínhamos uma grande presidente, agora pelos médicos sabemos também que temos uma grande paciente porque está cumprindo todos os cuidados', disse após votar.

O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, que adquiriu protagonismo na etapa final da campanha com a ausência da presidente, também desejou a volta de Cristina e assim como outros dirigentes governistas evitou dar um prazo para que isto ocorra.

'Todos respeitamos o tempo de recuperação, os médicos, as recomendações. Desejamos que em breve esteja com todas suas forças conosco à frente da República Argentina', afirmou.

Martín Insaurralde, candidato governista pela província de Buenos Aires, explicou que votou 'pela memória de Néstor e a confiança dada a mim por Cristina'.

O ministro da Saúde, Juan Manzur, disse que 'é preciso ajudá-la para que cumpra as indicações médicas e se cure rápido para voltar a dirigir o destino dos 40 milhões de argentinos, porque o país a necessita'.

O prefeito da capital, o conservador Mauricio Macri, referiu-se a presidente para expressar sua disposição de trabalhar com a Casa Rosada após o pleito.

'Somos uma eterna namorada que espera', disse. 'Queremos que exista uma possibilidade de trabalhar em conjunto. Quantas coisas poderíamos fazer em conjunto com o governo nacional, não?', perguntou.

Na quinta-feira, a presidente se submeteu a uma revisão médica que mostrou indicadores normais, apesar dos médicos terem mantido a recomendação de repouso durante um mês a partir de sua operação.

A imprensa local opinou hoje que Cristina Kirchner deverá retornar ao governo em novembro, mas inicialmente terá que modificar sua agenda oficial em função das recomendações médicas.

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