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Corrupção desvia US$ 40 bi de países em desenvolvimento

Estudo mostra que, apenas no ano passado, a corrupção representou perdas de cerca de 30% no investimento de medidas para o desenvolvimento das nações emergentes

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon: "Isso se traduz em em pessoas que vivem sem o benefício desses serviços" (Daniel Berehulak/Getty Images)

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon: "Isso se traduz em em pessoas que vivem sem o benefício desses serviços" (Daniel Berehulak/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2012 às 15h43.

São Paulo - "A corrupção prejudica a capacidade das nações de prosperar e crescer", concluiu Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, durante painel de Alto Nível promovido nesta semana pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC).

O evento revelou dados de um estudo realizado pelo Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), em parceria com o Banco Mundial, que apontam que, anualmente, atividades de corrupção roubam cerca de US$ 40 bilhões dos países em desenvolvimento.

A prática criminosa afeta, sobretudo, os cidadãos comuns, que deixam de ter acesso a serviços básicos por conta do desvio de fundos. De acordo com o estudo, apenas no ano passado, a corrupção representou perdas de cerca de 30% no investimento de medidas de assistência para o desenvolvimento das nações emergentes.

"Isso se traduz em pontes, hospitais e escolas que nunca foram construídos, e em pessoas que vivem sem o benefício desses serviços", afirmou Ban Ki-moon, que considera que os países pobres são os mais afetados pela corrupção, por apresentarem maior vulnerabilidade em suas instituições públicas.

Para combater o problema, o painel de Alto Nível, que contou com a presença de mais de 500 delegados que representam os países-membros da ONU, propôs a inclusão de metas de combate à corrupção nos programas de desenvolvimento dessas nações, além da adesão à Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (CNUCC), que obriga os Estados a prevenir e criminalizar a corrupção, promover a cooperação internacional, recuperar ativos roubados e melhorar a assistência técnica e a troca de informações, tanto no setor privado quanto no setor público. Por enquanto, a Convenção foi ratificada por 160 países-membros da ONU, entre eles o Brasil.

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