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Correspondente francesa revela iminente expulsão da China

A correspondente em Pequim da revista francesa L'Obs, Ursula Gauthier, afirmou que recebeu a confirmação das autoridades de que será expulsa da China

China: Gauthier foi vítima de uma violenta campanha de ataques na imprensa estatal (jimwink/Creative Commons)
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Da Redação

Publicado em 25 de dezembro de 2015 às 12h46.

A correspondente em Pequim da revista francesa L'Obs, Ursula Gauthier, afirmou nesta sexta-feira à AFP que recebeu a confirmação das autoridades de que será expulsa da China em 31 de dezembro.

A expulsão de fato de Ursula Gauthier, que mora em Pequim há seis anos, é resultado da recusa das autoridades de prorrogar seu visto de residência na China e a credencial de jornalista.

Gauthier foi vítima de uma violenta campanha de ataques na imprensa estatal depois de um texto que descrevia a política repressiva do governo chinês em Xinjiang, uma grande região de maioria muçulmana no oeste do país.

O ministro chinês das Relações Exteriores ligou para a francesa para informar que, por falta de "desculpas públicas", sua credencial de jornalista não seria renovada, afirmou a repórter à AFP.

"Me confirmaram que se não reconhecer publicamente meu erro e não desligar-me das ONGs que denunciam, através do meu caso, os atentados à liberdade de expressão na China, minha credencial não será renovada e meu visto vai expirar em 31 de dezembro, o que me obrigará a deixar o país", disse.

A correspondente francesa já havia indicado às autoridades que tais desculpas "não teriam cabimento" e eram "impensáveis" para ela. A recusa de renovar uma credencial de imprense e um visto de estadia significa a expulsão.

Ursula Gauthier é a primeira correspondente estrangeira na China objeto de tal medida desde 2012, quando Melisa Chan, correspondente do serviço em inglês da emissora Al-Jazeera, foi expulsa do país.

O texto objeto da polêmica foi publicado em 18 de novembro no site da revista L'Obs. Com o título "Depois dos ataques (em Paris), a solidariedade da China não acontece sem segundas intenções", destaca a reação de Pequim após os atentados de 13 de novembro em Paris.

Gauthier descreve no texto as medidas repressivas e a política antiterrorista do governo em Xinjiang, região habitada pelos uigures muçulmanos e vítima há dois anos de um aumento da violência. A jornalista faz uma referência especial a um ataque recente contra uma mina, chamado de "explosão de raiva localizada".

O artigo provocou represálias de Pequim e a publicação de editoriais incendiários no Global Times e no China Daily, jornais ligados ao governo e que acusam a jornalista de utilizar usar "dois pesos e duas medidas" sobre o terrorismo.

A campanha agressiva foi acompanhada de milhares de comentários na internet, violentos e ofensivos, inclusive com ameaças, por parte dos internautas chinos.

A correspondente foi convocada três vezes ao departamento do ministério chinês das Relações Exteriores responsável pelos jornalistas estrangeiros.

"Depois do assédio geral da imprensa chinesa desde a chegada ao poder do presidente Xi Jinping, a medida é um pretexto para intimidar os correspondentes estrangeiros na China, em especial sobre as questões das minorias, particularmente no Tibete e em Xinjiang", disse Gauthier.

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A correspondente em Pequim da revista francesa L'Obs, Ursula Gauthier, afirmou nesta sexta-feira à AFP que recebeu a confirmação das autoridades de que será expulsa da China em 31 de dezembro.

A expulsão de fato de Ursula Gauthier, que mora em Pequim há seis anos, é resultado da recusa das autoridades de prorrogar seu visto de residência na China e a credencial de jornalista.

Gauthier foi vítima de uma violenta campanha de ataques na imprensa estatal depois de um texto que descrevia a política repressiva do governo chinês em Xinjiang, uma grande região de maioria muçulmana no oeste do país.

O ministro chinês das Relações Exteriores ligou para a francesa para informar que, por falta de "desculpas públicas", sua credencial de jornalista não seria renovada, afirmou a repórter à AFP.

"Me confirmaram que se não reconhecer publicamente meu erro e não desligar-me das ONGs que denunciam, através do meu caso, os atentados à liberdade de expressão na China, minha credencial não será renovada e meu visto vai expirar em 31 de dezembro, o que me obrigará a deixar o país", disse.

A correspondente francesa já havia indicado às autoridades que tais desculpas "não teriam cabimento" e eram "impensáveis" para ela. A recusa de renovar uma credencial de imprense e um visto de estadia significa a expulsão.

Ursula Gauthier é a primeira correspondente estrangeira na China objeto de tal medida desde 2012, quando Melisa Chan, correspondente do serviço em inglês da emissora Al-Jazeera, foi expulsa do país.

O texto objeto da polêmica foi publicado em 18 de novembro no site da revista L'Obs. Com o título "Depois dos ataques (em Paris), a solidariedade da China não acontece sem segundas intenções", destaca a reação de Pequim após os atentados de 13 de novembro em Paris.

Gauthier descreve no texto as medidas repressivas e a política antiterrorista do governo em Xinjiang, região habitada pelos uigures muçulmanos e vítima há dois anos de um aumento da violência. A jornalista faz uma referência especial a um ataque recente contra uma mina, chamado de "explosão de raiva localizada".

O artigo provocou represálias de Pequim e a publicação de editoriais incendiários no Global Times e no China Daily, jornais ligados ao governo e que acusam a jornalista de utilizar usar "dois pesos e duas medidas" sobre o terrorismo.

A campanha agressiva foi acompanhada de milhares de comentários na internet, violentos e ofensivos, inclusive com ameaças, por parte dos internautas chinos.

A correspondente foi convocada três vezes ao departamento do ministério chinês das Relações Exteriores responsável pelos jornalistas estrangeiros.

"Depois do assédio geral da imprensa chinesa desde a chegada ao poder do presidente Xi Jinping, a medida é um pretexto para intimidar os correspondentes estrangeiros na China, em especial sobre as questões das minorias, particularmente no Tibete e em Xinjiang", disse Gauthier.

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