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Coreia Norte diz que EUA são 'hostis' e que 'deverão ser enfrentados por gerações'

O país de Kim Jong-un entregou 250 lançadores de mísseis, aumentando as preocupações do Ocidente sobre o programa nuclear da Coreia do Norte

Kim vem reforçando sua estratégia militar para pressionar EUA e aliados (AFP)

Kim vem reforçando sua estratégia militar para pressionar EUA e aliados (AFP)

Publicado em 6 de agosto de 2024 às 09h33.

Em cerimônia simbólica, a Coreia do Norte entregou 250 lançadores de mísseis com capacidade nuclear para unidades militares de elite, em mais um sinal do ditador Kim Jong-un de mostrar o poderio de seu programa nuclear e enfrentar os EUA.

As preocupações do Ocidente sobre o programa nuclear de Kim aumentaram à medida que ele demonstrou a intenção de implantar armas desse tipo ao longo da fronteira com a Coreia do Sul e autorizou seus militares a responder se perceberem qualquer tipo de ameaça, segundo a Associated Press.

Kim disse no domingo que os novos lançadores dariam às suas unidades da linha de frente um poder de fogo "esmagador" sobre a Coreia do Sul e tornariam a operação de armas nucleares táticas mais prática e eficiente.

Os testes de armas e ameaças cada vez mais intensos de Kim são amplamente vistos como uma tentativa de pressionar os Estados Unidos a aceitar a ideia da Coreia do Norte como uma potência nuclear e a acabar com as sanções lideradas pelos EUA. A Coreia do Norte também pode tentar aumentar as tensões em um ano eleitoral nos EUA, dizem especialistas.

Guerra da Ucrânia como "distração"

Kim recentemente usou a guerra da Rússia contra a Ucrânia como uma distração para acelerar ainda mais seu desenvolvimento de armas. Em resposta, os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão têm expandido seus exercícios militares combinadosuw e afiado suas estratégias de dissuasão nuclear construídas em torno de ativos militares estratégicos dos EUA.

Lee Sung Joon, porta-voz do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, disse durante um briefing que os militares sul-coreanos e americanos estavam analisando de perto o desenvolvimento de armas da Coreia do Norte.

"Negociações e confrontos estão entre nossas opções, mas devemos estar preparados para lidar com o último — esta é a revisão e conclusão que derivamos dos 30 e tantos anos de negociação com os Estados Unidos", disse Kim.

"Os Estados Unidos que estamos confrontando agora não são de forma alguma uma administração que permanece no poder por um mandato de alguns anos, mas um estado hostil que nossos descendentes também terão que enfrentar, geração após geração. Este fato atesta a inevitabilidade da melhoria constante de nossa capacidade de defesa", falou o ditador.

Kim também disse que a decisão de realizar a cerimônia de armas enquanto o país tentava se recuperar de uma inundação desastrosa mostrou sua determinação em "avançar com o reforço das capacidades de defesa... sem parar em nenhuma circunstância".

As inundações no final de julho atingiram milhares de casas e grandes faixas de terras em regiões próximas à fronteira com a China.

A Rússia ofereceu ajuda para inundações à Coreia do Norte, em outro sinal de expansão das relações entre as duas nações.

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