Coreia do Norte deve se posicionar sobre crise diplomática na ONU
ÀS SETE - O ministro das Relações Exteriores vai enfrentar o desafio de falar quatro dias depois de ouvir a ameaça de ser destruído por Trump
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2017 às 06h32.
Última atualização em 22 de setembro de 2017 às 07h53.
O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte , Ri Yong-ho, pode proferir, em instantes, um dos discursos mais esperados na Assembleia Geral da ONU. O porta-voz norte-coreano vai enfrentar o desafio de falar para o mundo sobre o posicionamento diplomático do país, quatro dias depois de ouvir a ameaça de ser destruído pelo americano Donald Trump.
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A fala do norte-coreano vem num momento inusitado, para dizer o mínimo, já que um astrólogo inglês previu o fim do mundo para este sábado.
Nesta quinta-feira, Yong-ho disse à imprensa em seu hotel que o país poderia testar uma bomba nuclear de hidrogênio no Oceano Pacífico.
Pouco antes, o líder coreano Kim Jong-un afirmou em comunicado divulgado pela agência de notícias estatal que Trump pagará caro por seu “excêntrico” discurso na ONU. Kim ainda afirmou que Trump é “mentalmente perturbado”.
Na segunda-feira, durante seu discurso de abertura, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou que, se a Coreia do Norte não aceitasse o diálogo, em última distância, ele seria “totalmente destruído”.
Em resposta, Yong-ho afirmou que a ameaça era um “latido de cachorro”. Para ele, a fala do presidente americano não passava de um “sonho”.
Além das ameaças militares, o porta-voz pode responder hoje às novas sanções impostas pelos Estados Unidos e países da Ásia, propostas ontem à tarde. Trump exigiu de seus aliados novas sanções ainda mais duras ao país.
Entre elas, o fim das transações marinhas e trocas comerciais. O primeiro-ministro japonês seguiu o discurso do líder americano, e afirmou que o país deve receber uma pressão mais “robusta”, porque o diálogo pelo diálogo não iria produzir nada.
Há duas semanas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou oito sanções contra o país norte-coreano, em resposta aos lançamentos de mísseis e testes nucleares realizados nos últimos meses. Entre as sanções, o Conselho de Segurança da ONU limitou o comércio têxtil, e o envio de gás natura ao país.
Além disso, o Conselho proibiu outros países de receberem trabalhadores norte-coreanos, e a exportação de mariscos, carbono e chumbo.
Porém, alguns países não concordam com as sanções. Ontem, a Coreia do Sul anunciou um pacote de ajudas no valor de oito milhões de dólares para seu vizinho, e recebeu o apoio do governo chinês, que alegou que a ajuda evitaria que a situação “saísse do controle”.
Além da ajuda financeira, Wang Yi, Ministro das Relações Exteriores da China pediu para a Coreia do Sul retirar o sistema anti-míssil THAAD da região, quer seria uma ameaça a segurança da China.
O discurso do porta-voz norte-coreano pode nos dizer muito sobre o fim do mundo, ou pelo menos sobre o “fim” de seu país.