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Conversas com as Farc estão no centro do debate presidencial

Os candidatos à Presidência da Colômbia reafirmaram posições sobre os diálogos de paz com a guerrilha das Farc

Os candidatos à Presidência da Colômbia, Juan Manuel Santos (D) e Óscar Iván Zuluaga (Jose Miguel Gomez/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 09h58.

Bogotá - Os candidatos à Presidência da Colômbia , Juan Manuel Santos e Óscar Iván Zuluaga, reafirmaram nesta quinta-feira suas posições antagônicas sobre os diálogos de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( Farc ), durante um debate televisivo dentro da campanha para o segundo turno, que acontece no próximo dia 15.

"Estamos mudando a cultura do medo para uma cultura de paz", disse Santos, candidato à reeleição, que destacou que as últimas negociações com as Farc, que começaram em novembro de 2012, em Cuba, conseguiram mais avanços do que em 46 anos de conflito.

Na opinião de Santos, candidato da coalizão União Nacional, a paz "vai trazer aos colombianos mais empregos, saúde e estradas".

Seu concorrente Zuluaga, do Centro Democrático, tem o apoio do ex-chefe de Estado colombiano e senador eleito Álvaro Uribe (2002-2010), opositor ao governo de Santos e duro crítico do processo de paz.

Santos lembrou que "a paz se faz com o inimigo" e destacou que foi durante a sua administração que morreram os principais chefes guerrilheiros das Farc, assim como outros 50 importantes comandantes da guerrilha.

Em uma réplica a Zuluaga, Santos disse que o opositor "sabe pouco sobre paz" e acrescentou que o mesmo disse há poucos dias que, para ele, "não há conflito armado no país", o que "mostra que ele não sabe do que está falando".

Zuluaga voltou a bater na tecla de que a busca pela paz negociada deve ter condições e declarou que as Farc são o "maior cartel" de tráfico de drogas do mundo.

O candidato opositor questionou se seria "muito pedir" nas negociações de paz que as Farc "deixem de recrutar crianças, de instalar minas antipessoais, que deixem de matar policiais e militares".

Para Zuluaga, o que "está em jogo é que tipo de paz querem os colombianos", e o candidato enfatizou que "as Farc sempre enganaram o país".

Apesar de Zuluaga não ter se comprometido a reconhecer os avanços dos diálogos de paz em Cuba, declarou que vai avaliar o que foi feito em Havana "para transmitir aos colombianos", caso vença as eleições.

São Paulo - Os colombianos irão às urnas nesse fim de semana para decidir pelo próximo presidente do país. O atual, Juan Manuel Santos, quer um segundo mandato. O seu opositor é Óscar Ivan Zuluaga, apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe. Santos é o favorito, mas não deve conseguir evitar um segundo turno. A Colômbia tem crescido rapidamente na economia e pode até ultrapassar a Argentina como segunda maior economia do continente - atrás, claro, do Brasil. Mas os colombianos, apesar dos anos prósperos, ainda convivem com muita pobreza e violência - o maior exemplo é a guerra contra o narcotráfico e as Farc. Veja a seguir 10 fatos sobre a Colômbia para entender o panorama que cerca candidatos e eleitores nessas eleições:
  • 2. 2. Crianças

    2 /11(John Coletti/Corbis/Latinstock)

  • Veja também

    Mortalidade infantil: 15 mortes por 1.000 nascimentos (107º no mundo) Trabalho infantil: 9% das crianças entre 5 e 14 anos (988 mil crianças)
  • 3. 3. Trabalho

    3 /11(REUTERS)

  • Desemprego entre 15 e 14 anos: 21,9% Desemprego geral: 9,7%
  • 4. 4. Economia

    4 /11(Alfredo Estrella/AFP)

    PIB: 526,5 bilhões de dólares (29º no mundo) Crescimento anual (2013): 4,2% Renda per capita: 11.100 dólares (110º no mundo)
  • 5. 5. Pobreza

    5 /11(Luis Acosta/AFP)

    Pessoas abaixo da linha da pobreza: 32,7%
  • 6. 6. Violência

    6 /11(Jaime Saldarriaga/Reuters)

    Status: 10º país mais violento do mundo Número de homicídios (2012): 14.670 casos Taxa de homicídios (2011): 33,6/100 mil habitantes
  • 7. 7. Cidades mais violentas

    7 /11(Eitan Abramovich/AFP)

    Entre as 30 mais violentas:
    4º - Cali - 83.20 por 100.000 habitantes 11º - Palmira - 60.86 por 100.000 habitantes
  • 8. 8. Igualdade de gênero

    8 /11(Getty Images/Getty Images)

    91º do mundo, entre 186 países, segundo a ONU
  • 9. 9. Liberdade de imprensa

    9 /11(Luis Acosta/AFP)

    Mortes: 45 jornalistas mortos em serviço entre 1994 e 2014 - 51% deles estavam investigando casos de corrupção - 91% foram assassinados: 37% mortos por paramilitares e milícias; e 20% por pessoas do governo colombiano
  • 10. 10. Otimismo

    10 /11(Pedro Felipe/Wikimedia Commons)

    2º país mais otimista do mundo Nível de felicidade: 86% - Acredita que 2014 será melhor que 2013: 57% - Acredita que 2014 será um bom ano para a economia: 35% (Segundo pesquisa do Worldwide Independent Network of Market Research)
  • 11. Agora veja outras eleições importantes

    11 /11(Ueslei Marcelino/Reuters)

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