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Conferência de paz sobre a Síria enfrenta obstáculos

Será difícil cumprir a data de 22 de janeiro para a realização em Genebra de uma conferência de paz sobre a Síria, onde o conflito se agrava

Conflito na Síria: poucos analistas acreditam na possibilidade de um fim rápido para um conflito que já dura mais de dois anos e meio (.)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2013 às 12h07.

Será difícil cumprir a data de 22 de janeiro para a realização em Genebra de uma conferência de paz sobre a Síria , onde a guerra se agrava, afetando todo o Oriente Médio , consideram os analistas.

"Finalmente, e pela primeira vez, o governo sírio e a oposição vão se reunir na mesa de negociações e não no campo de batalha", declarou na segunda-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki- moon, ao anunciar a data da conferência.

A conferência "será a melhor oportunidade" para acabar com o derramamento de sangue e "formar um governo de transição", disse por sua vez o secretário de Estado americano, John Kerry.

Mas poucos analistas acreditam na possibilidade de um fim rápido para um conflito que já dura mais de dois anos e meio, e que deixou mais de 100.000 mortos e três milhões de pessoas forçadas ao exílio.

Na verdade, a lista de participantes da conferência ainda não foi estabelecida, as grandes potências divergem enquanto as hostilidades entre o regime de Bashar al-Assad e a oposição profundamente dividida continuam.

A ONU já não se arrisca a fornecer um número de mortos e o representante especial da ONU em Bagdá, Nickolay Mladenov, advertiu na segunda-feira o Conselho de Segurança sobre os perigos da infiltração no Iraque de grupos extremistas que operam na Síria.

Para Salam Shaikh, diretor do Brookings Doha Center, o fato de que a ONU foi capaz de anunciar uma data é um sinal positivo. Mas considera que as chances de sucesso da conferência de Genebra são "50/50", porque a reunião "é refém da situação no terreno".

"O dia 22 de janeiro ainda está longe", disse Richard Gowan, da Universidade de Nova York.

"O exército sírio registrou novas vitórias sobre os rebeldes e pode redobrar seus esforços para reforçar a sua posição militar antes do início das negociações", acrescentou.


O mediador da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, se reunirá em 20 de dezembro com líderes russos e americanos para preparar a conferência e, especialmente, selecionar os participantes.

As perguntas são inúmeras: Quem vai representar os rebeldes? A delegação do governo terá o poder de tomar decisões cruciais? Estarão presentes o Irã, que apoia Damasco, e a Arábia Saudita, que apoia os rebeldes?

"As respostas a estas questões serão essenciais", considerou um diplomata da ONU que acompanha de perto a questão.

A oposição deve participar da conferência, acredita Salam Shaikh.

"Ela é fraca e precisa de legitimidade internacional (...) por isso não irá querer aparecer como responsável ​​pelo fracasso das negociações, recusando-se a participar."

Mas os rebeldes "correm um grande risco" indo a Genebra. "Se as discussões não alcançarem um progresso real e a situação no terreno se agravar", os delegados da oposição "serão amplamente criticados".

Enquanto isso, a participação do Irã é questionada porque Teerã não ratificou formalmente a declaração adotada em junho de 2012, em Genebra, pelas grandes potências.

Esta declaração prevê a formação de um governo de transição na Síria e, para a ONU e o Ocidente, deve ser a base das discussões da conferência do dia 22 de janeiro.

Washington e Moscou querem que a conferência seja realizada na data fixada, algo que já havia sido adiada várias vezes, disse Richard Gowan.

"Mas ainda há um alto risco de que as negociações fracassem, uma vez iniciadas. Ou poderiam resultar em um compromisso muito solto", acrescentou.

Para Ban, seria "imperdoável não aproveitar esta oportunidade para acabar com o sofrimento e a destruição que causou" o conflito.

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Será difícil cumprir a data de 22 de janeiro para a realização em Genebra de uma conferência de paz sobre a Síria , onde a guerra se agrava, afetando todo o Oriente Médio , consideram os analistas.

"Finalmente, e pela primeira vez, o governo sírio e a oposição vão se reunir na mesa de negociações e não no campo de batalha", declarou na segunda-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki- moon, ao anunciar a data da conferência.

A conferência "será a melhor oportunidade" para acabar com o derramamento de sangue e "formar um governo de transição", disse por sua vez o secretário de Estado americano, John Kerry.

Mas poucos analistas acreditam na possibilidade de um fim rápido para um conflito que já dura mais de dois anos e meio, e que deixou mais de 100.000 mortos e três milhões de pessoas forçadas ao exílio.

Na verdade, a lista de participantes da conferência ainda não foi estabelecida, as grandes potências divergem enquanto as hostilidades entre o regime de Bashar al-Assad e a oposição profundamente dividida continuam.

A ONU já não se arrisca a fornecer um número de mortos e o representante especial da ONU em Bagdá, Nickolay Mladenov, advertiu na segunda-feira o Conselho de Segurança sobre os perigos da infiltração no Iraque de grupos extremistas que operam na Síria.

Para Salam Shaikh, diretor do Brookings Doha Center, o fato de que a ONU foi capaz de anunciar uma data é um sinal positivo. Mas considera que as chances de sucesso da conferência de Genebra são "50/50", porque a reunião "é refém da situação no terreno".

"O dia 22 de janeiro ainda está longe", disse Richard Gowan, da Universidade de Nova York.

"O exército sírio registrou novas vitórias sobre os rebeldes e pode redobrar seus esforços para reforçar a sua posição militar antes do início das negociações", acrescentou.


O mediador da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, se reunirá em 20 de dezembro com líderes russos e americanos para preparar a conferência e, especialmente, selecionar os participantes.

As perguntas são inúmeras: Quem vai representar os rebeldes? A delegação do governo terá o poder de tomar decisões cruciais? Estarão presentes o Irã, que apoia Damasco, e a Arábia Saudita, que apoia os rebeldes?

"As respostas a estas questões serão essenciais", considerou um diplomata da ONU que acompanha de perto a questão.

A oposição deve participar da conferência, acredita Salam Shaikh.

"Ela é fraca e precisa de legitimidade internacional (...) por isso não irá querer aparecer como responsável ​​pelo fracasso das negociações, recusando-se a participar."

Mas os rebeldes "correm um grande risco" indo a Genebra. "Se as discussões não alcançarem um progresso real e a situação no terreno se agravar", os delegados da oposição "serão amplamente criticados".

Enquanto isso, a participação do Irã é questionada porque Teerã não ratificou formalmente a declaração adotada em junho de 2012, em Genebra, pelas grandes potências.

Esta declaração prevê a formação de um governo de transição na Síria e, para a ONU e o Ocidente, deve ser a base das discussões da conferência do dia 22 de janeiro.

Washington e Moscou querem que a conferência seja realizada na data fixada, algo que já havia sido adiada várias vezes, disse Richard Gowan.

"Mas ainda há um alto risco de que as negociações fracassem, uma vez iniciadas. Ou poderiam resultar em um compromisso muito solto", acrescentou.

Para Ban, seria "imperdoável não aproveitar esta oportunidade para acabar com o sofrimento e a destruição que causou" o conflito.

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