Com cúpula do G7, Giorgia Meloni tenta se consolidar como protagonista da direita europeia
Após sucesso nas eleições, italiana tem no encontro oportunidade para se firmar como figura importante da política
Repórter colaborador
Publicado em 13 de junho de 2024 às 09h36.
Última atualização em 8 de agosto de 2024 às 09h52.
Animada com o resultado das eleições doParlamento Europeu, onde viu seu bloco político conservador ganhar mais força, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, agora parte para outra missão: entrar para o "clube" das grandes lideranças mundiais. As informações são do New York Times.
O palco para isso já está montado: a cúpula do G7 (os países mais industrializados do mundo) acontece a partir desta quinta na Itália. Meloni terá a oportunidade de receber figuras importantes da política mundial e ao mesmo tempo mostrar suas credenciais de "parceira confiável".
Quando foi eleita, em 2022, Meloni causou apreensão com suas falas eurocéticas. Hoje, ela é tida como uma figura pragmática, que pode até colaborar com a União Europeia em alguns assuntos importantes, como a guerra na Ucrânia. A italiana sempre se alinhou ao lado ucraniano, o que desagradou alguns aliados extremistas, que nutrem uma simpatia por Vladimir Putin.
Com sua popularidade crescendo, Meloni foi procurada tanto pela direita tradicional quanto pela parte mais radical para formar uma grande frente nacionalista no Parlamento Europeu. Mesmo com o centro mantendo o controle da Casa após as eleições do final de semana, oapoio da premiê italiana pode ser crucial em algumas fundações, sobretudo naquela que pode reeleger Ursula von der Leyen como presidente daComissão Europeia.
Por outro lado, Meloni segue com um discurso duro e conservador a respeito de assuntos também caros à União Europeia, como clima, imigração, aborto e direitos LGBT. Ou seja, a italiana consegue se mostrar "alinhada" com Bruxelas no campo externo, mas não deixa de agradar sua base conservadora em assuntos internos.
Entre os presentes na cúpula do G7 estarão o presidente dos EUA, Joe Biden; o presidente da França, Emmanuel Macron (que convocou novas eleições em seu país); o premiê doCanadá, Justin Trudeau; o premiê doReino Unido, Rishi Sunak (que também antecipou eleições); o chanceler alemão, Olaf Scholz ; e o primeiro-ministro doJapão, Fumio Kishida. Von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, devem comparecer.
A anfitriã também convidou o papa Francisco; o presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia; o recém-reeleito premiê da Índia, Narendra Modi; o presidente Lula; o presidente da Argentina, Javier Milei , além de outros líderes mundiais. Ou seja, um palanque repleto de figuras de peso.