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Colônias israelenses: entenda a controvérsia de mais de 40 anos

O Conselho de Segurança da ONU adotou nesta sexta-feira uma resolução que pede que Israel interrompa suas atividades de colonização

Assentamentos: as colônias são aldeias, localidades e até cidades israelenses construídas sobre territórios que foram conquistados por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967 (Baz Ratner/Reuters)
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AFP

Publicado em 23 de dezembro de 2016 às 21h09.

O Conselho de Segurança da ONU adotou nesta sexta-feira uma resolução que pede que Israel interrompa suas atividades de colonização em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada, sem que os Estados Unidos tenham utilizado seu direito a veto.

Esses são os elementos-chave sobre as colonias israelenses:

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O que são as colônias?

As colônias são aldeias, localidades e até cidades israelenses construídas sobre territórios que foram conquistados por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Israel começou a estabelecer sua rede de colônias na Cisjordânia ocupada a partir dos anos 1970 e continuou estendo-a após os acordos de Oslo de 1995, que dividiram esse território em zonas israelenses e palestinas.

Estas últimas tinham que ser a base do futuro Estado palestino.

Cerca de 430.000 colonos israelenses vivem na Cisjordânia ocupada, ao lado de 2,6 milhões de palestinos.

Mais de 200.000 israelenses vivem também em Jerusalém Oriental, com pelo menos 300.000 palestinos, que querem que essa parte da cidade seja a capital de seu futuro Estado.

Israel também tem em seu poder uma parte das Colinas de Golã, conquistadas da Síria. Além disso, manteve durante anos a presença na Faixa de Gaza, de onde acabou se retirando em 2005.

Qual é o seu estatuto jurídico?

As Nações Unidas e a maior parte da comunidade internacional consideram ilegais as colônias israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, anexado por Israel em 1980.

Israel, entretanto, distingue juridicamente entre as colônias que aprovou e as que não têm autorização governamental.

Quem são os colonos?

Numerosos colonos israelenses se instalaram em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia em busca de moradias mais baratas.

O governo os estimula a instalar-se em cidades como Ariel, Maale Adumim ou nas colônias ultraortodoxas de Beitar Ilit e Modiin Ilit.

Para muitos judeus nacionalistas religiosos, viver nas terras bíblicas de Judeia e Samaria (nome dado por Israel à Cisjordânia) é a culminação de uma promessa divina.

Centenas desses ativistas vivem em pleno centro de Hebrón, em frente à Túmulo dos Patriarcas, lugar sagrado para os judeus e os muçulmanos e um ponto de violência entre israelenses e palestinos.

O que os palestinos acham das colônias?

Os palestinos consideram as colônias israelenses um crime de guerra e um grande obstáculo para a paz.

Querem que os israelenses se retirem de todas as terras que ocuparam durante a guerra de 1967 e que desmantelem todas as colônias, embora aceitem o princípio de pequenos intercâmbios territoriais iguais em tamanho e valor.

Já o Estado hebreu exclui um retorno completo às fronteiras de antes de 1967, mas se declara disposto a retirar-se de certas partes da Cisjordânia, em troca de anexar os blocos de colônias mais importantes, que abrigam a maioria dos colonos do território.

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