Exame Logo

Colmbia e Farc farão avaliação fria do processo de paz

Delegados de paz do governo viajarão nesta segunda-feira a Havana, sede das negociações há dois anos com as Farc

Foto divulgada pelas Farc mostra o comandante Pastor Alape e o brigadeiro do exército colombiano libertado Ruben Alzate (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 07h42.

Bogotá - Delegados do governo colombiano e das Farc farão "uma avaliação fria e objetiva" do processo de paz, anunciou o presidente Juan Manuel Santos nesta segunda-feira, um dia após a libertação de um general cuja captura provocou a interrupção das negociações.

Os delegados de paz do governo viajarão nesta segunda-feira a Havana, sede das negociações há dois anos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, comunistas), suspensas em 16 de novembro por Santos após a captura do general, o oficial de mais alta patente tomado por esta guerrilha.

"Vão por alguns dias para avaliar onde está o processo, para onde vamos, e para fazer uma avaliação fria, objetiva, para ver como podemos prosseguir", disse o presidente em um programa de televisão institucional.

A primeira reunião entre os representantes do governo colombiano e do grupo rebelde está prevista para terça-feira em Havana, disse o presidente.

As negociações, que transcorrem em Cuba sem um cessar-fogo na Colômbia, buscam colocar fim a um conflito armado de 50 anos, o mais antigo do continente, que deixou 220 mortos e 5,3 milhões de deslocados, segundo números oficiais.

Santos exigia para retomar os diálogos a libertação do general Rubén Alzate e de seus dois acompanhantes, o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego. Os três foram libertados no domingo "em perfeitas condições", de acordo com declarações do presidente.

No final da tarde desta segunda-feira, uma nova polêmica envolveu o sequestro do general, após a publicação de uma foto de Alzate ao lado do comandante das Farc Rubén Alzate.

A imagem, publicada na conta @FARC_EPaz do Twitter, mostra o líder guerrilheiro com camisa azul e chapéu branco, posando para a câmera abraçado ao general Alzate, também a paisano, sob a legenda "A paz triunfará".

O chefe dos negociadores do governo, Humberto de la Calle, rejeitou energicamente o uso da imagem de Alzate, afirmando que "isto não estava acertado", antes de viajar a Havana para se reunir com os delegados das Farc.

O presidente da Associação Colombiana de Oficiais Reformados (ACORE), general Jaime Ruiz, disse à imprensa que a imagem "desmoraliza a tropa" e faz parte da "estratégia de propaganda" das Farc.

Alzate, o oficial de mais alta patente sequestrado pelas Farc em 50 anos de conflito armado, foi capturado pela guerrilha com seu assistente e a assessora de projetos especiais do Exército durante um deslocamento à paisana e sem escolta, perto da capital regional Quibdó, no departamento de Chocó.

Na noite desta segunda-feira, Alzate pediu ao governo sua passagem para a reserva.

"Por minha honra militar, por 33 anos de serviço e por minha família, solicitei minha passagem para a reserva", disse o general Rubén Alzate.

Veja também

Bogotá - Delegados do governo colombiano e das Farc farão "uma avaliação fria e objetiva" do processo de paz, anunciou o presidente Juan Manuel Santos nesta segunda-feira, um dia após a libertação de um general cuja captura provocou a interrupção das negociações.

Os delegados de paz do governo viajarão nesta segunda-feira a Havana, sede das negociações há dois anos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, comunistas), suspensas em 16 de novembro por Santos após a captura do general, o oficial de mais alta patente tomado por esta guerrilha.

"Vão por alguns dias para avaliar onde está o processo, para onde vamos, e para fazer uma avaliação fria, objetiva, para ver como podemos prosseguir", disse o presidente em um programa de televisão institucional.

A primeira reunião entre os representantes do governo colombiano e do grupo rebelde está prevista para terça-feira em Havana, disse o presidente.

As negociações, que transcorrem em Cuba sem um cessar-fogo na Colômbia, buscam colocar fim a um conflito armado de 50 anos, o mais antigo do continente, que deixou 220 mortos e 5,3 milhões de deslocados, segundo números oficiais.

Santos exigia para retomar os diálogos a libertação do general Rubén Alzate e de seus dois acompanhantes, o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego. Os três foram libertados no domingo "em perfeitas condições", de acordo com declarações do presidente.

No final da tarde desta segunda-feira, uma nova polêmica envolveu o sequestro do general, após a publicação de uma foto de Alzate ao lado do comandante das Farc Rubén Alzate.

A imagem, publicada na conta @FARC_EPaz do Twitter, mostra o líder guerrilheiro com camisa azul e chapéu branco, posando para a câmera abraçado ao general Alzate, também a paisano, sob a legenda "A paz triunfará".

O chefe dos negociadores do governo, Humberto de la Calle, rejeitou energicamente o uso da imagem de Alzate, afirmando que "isto não estava acertado", antes de viajar a Havana para se reunir com os delegados das Farc.

O presidente da Associação Colombiana de Oficiais Reformados (ACORE), general Jaime Ruiz, disse à imprensa que a imagem "desmoraliza a tropa" e faz parte da "estratégia de propaganda" das Farc.

Alzate, o oficial de mais alta patente sequestrado pelas Farc em 50 anos de conflito armado, foi capturado pela guerrilha com seu assistente e a assessora de projetos especiais do Exército durante um deslocamento à paisana e sem escolta, perto da capital regional Quibdó, no departamento de Chocó.

Na noite desta segunda-feira, Alzate pediu ao governo sua passagem para a reserva.

"Por minha honra militar, por 33 anos de serviço e por minha família, solicitei minha passagem para a reserva", disse o general Rubén Alzate.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaFarcNegociações

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame