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Coalizão redobra ataques contra Kadafi, que prevê 'guerra longa'

Aviões da coalizão internacional bombardearam novamente neste domingo as forças militares do líder líbio Muammar Kadafi

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2011 às 19h19.

Trípole - Os aviões da coalizão internacional bombardearam novamente neste domingo as forças militares do líder líbio Muamar Kadafi, que por sua vez, prometeu uma "longa guerra" e advertiu que todo seu povo está "armado" e "vencerá".

O início da operação internacional destinada a estabelecer uma zona de exclusão aérea na Líbia "teve êxito" e interrompeu a ofensiva do governo sobre Benghazi, disse neste domingo o máximo responsável do exército dos Estados Unidos, o almirante Michael Mullen.

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"Nós somos os vitoriosos, vocês, os vencidos. Jamais abandonaremos o campo de batalha, pois defendemos nossa terra e nossa dignidade", assegurou Kadafi em mensagem sonora, a segunda desde o início no sábado da operação militar internacional, lançada por conta da resolução 1973 da ONU, adotada na quinta-feira.

O líder líbio previu também uma "longa guerra", e assegurou que "todo o povo está armado" e "vencerá".

As forças da coalizão liderada pelos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha continuaram neste domingo sua operação militar, batizada de "Odyssey Dawn" (odisseia do amanhecer) pelo Pentágono.

Ao menos 19 aviões americanos, entre eles três bombardeiros furtivos B2 ("Stealth bomber"), atacaram alvos na Líbia neste domingo durante o amanhecer, declarou à AFP Kenneth Fidler, um porta-voz do Comando África dos Estados Unidos (Africom) em Stuttgart, Alemanha.

As operações aéreas francesas também continuavam, segundo uma fonte militar.

Dezenas de veículos militares do líder líbio, entre eles tanques, foram destruídos neste domingo por bombardeios aéreos no oeste de Benghazi, reduto dos insurgentes, segundo jornalistas da AFP e rebeldes.

O ministro britânico das Finanças, George Osbone, afirmou que "foram tomadas todas as precauções" para evitar vítimas civis durante os bombardeios.

O imediato objetivo da coalizão internacional na Líbia é proteger os civis com uma zona de exclusão aérea e não necessariamente tentar derrubar o líder Muamar Kadafi, disse o máximo responsável do exército dos Estados Unidos.

"O objetivo (da resolução) do Conselho de Segurança das Nações Unidas realmente é Benghazi e proteger os civis", disse o almirante Michael Mullen à Fox News, referindo-se ao reduto dos rebeldes no leste da Líbia.

"Não se trata de ir atrás de Kadafi ou atacá-lo nesse momento em particular", disse Mullen, chefe do Estado Maior Conjunto americano.

Contudo, o secretário-geral da Liga Árabe, o egípcio Amr Musa, criticou os bombardeios da coalizão internacional contra a Líbia, considerando que se afastam do "objetivo de impor uma zona de exclusão aérea".

"O que está acontecendo na Líbia está distante do objetivo que se consiste em impor uma zona de exclusão aérea, e o que nós queremos é a proteção dos civis e não bombardeá-los", declarou Musa a jornalistas.

A resolução da ONU exige fim dos ataques contra civis, impõe uma zona de exclusão aérea na Líbia, e permite ataques para que as tropas pró-Kadafi cessem sua repressão, que deixou centenas de mortos e levou em torno de 300.000 pessoas a fugir do país desde 15 de fevereiro.

Os primeiros bombardeios americanos na Líbia atingiram 22 alvos no sábado à noite, declarou neste domingo o capitão da operação, James Stockman, porta-voz do Comando dos Estados Unidos na África, com base em Suttgart, Alemanha.

"Um total de 22 alvos foram atingidos e outros dois estão sendo analisados", declarou o porta-voz do quartel geral americano encarregado da coordenação das operações aliadas contra a Líbia, que completou que foram atacados "sistemas-chave da defesa antiaérea e mísseis SAM perto de Trípoli, Misurata e Sirte".

O almirante Michael Mullen explicou, por sua vez, que a primeira fase dos bombardeios teve "êxito" e permitiu "instaurar uma zona de exclusão aérea".

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