CNN processa Donald Trump por banir jornalista da Casa Branca
Ação foi ajuizada nesta terça-feira. Emissora pede a restauração imediata da credencial de imprensa de Jim Acosta
Gabriela Ruic
Publicado em 13 de novembro de 2018 às 12h27.
Última atualização em 13 de novembro de 2018 às 12h40.
São Paulo – A rede de notícias CNN entrou com um processo contra o presidente dos Estados Unidos , Donald Trump e vários de seus assessores nesta terça-feira, 13 de novembro. A razão da ação, explica a emissora, é o banimento do jornalista Jim Acosta, que teve sua credencial suspensa pela Casa Branca na semana passada por um desentendimento com Trump durante uma coletiva de imprensa.
A emissora alega que a retirada da credencial de imprensa de Acosta é uma violação à Primeira e Quarta Emenda da Constituição americana, que tratam da liberdade de expressão e da apreensão dos bens de uma pessoa sem motivo razoável ou mandado judicial. A CNN pede, ainda, que o documento seja imediatamente restaurado ao jornalista.
Relembre o caso
O incidente que gerou a decisão da Casa Branca sobre Acosta ocorreu durante uma entrevista coletiva na qual Trump avaliou os resultados das eleições de meio de mandato realizadas nesta terça-feira. O jornalista da CNN entrou em uma tensa discussão com o presidente, que, depois de responder a várias das suas perguntas, lhe retirou a palavra.
“Largue o microfone… Te direi uma coisa, a ‘CNN’ deveria estar envergonhada de si mesma por ter você trabalhando para eles. É um mal-educado, uma pessoa terrível”, disse Trump enquanto Acosta disputava o microfone com uma estagiária. A Casa Branca se referiu a este fato em particular para justificar a suspensão da credencial. Veja o vídeo abaixo:
“Trump acredita na liberdade de imprensa e espera perguntas difíceis sobre ele e seu governo. No entanto, nunca toleraremos que um jornalista ponha suas mãos sobre uma jovem mulher que só está tentando fazer seu trabalho como estagiária da Casa Branca. Este comportamento é inaceitável”, declarou Sanders no comunicado.
“Que a CNN esteja orgulhosa da forma como seu empregado tem se comportado não é só asqueroso, mas é um exemplo do seu degradante desprezo por todos, incluindo as mulheres jovens, que trabalham neste governo”, acrescentou.
Como resposta ao comunicado de Sanders, Acosta foi lacônico: “Isto é mentira”. Em comunicado posterior, a Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA, em inglês) considerou como “inaceitável” e “fora de lugar” a suspensão da credencial de Acosta e pediu que esta seja devolvida.