Cisjordânia tem greve em protesto contra ofensiva israelense
A Cisjordânia ocupada estava paralisada por uma greve geral em protesto contra os violentos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2014 às 12h45.
Ramallah - A Cisjordânia ocupada estava paralisada nesta segunda-feira por uma greve geral em protesto contra os violentos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza , que deixaram mais de 530 mortos palestinos em 14 dias de ofensiva.
A convocação para a greve foi lançada pelos sindicatos e por vários movimentos islâmicos e logo recebeu o apoio da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), do presidente Mahmud Abbas, que convocou manifestações em todo o território após às 21H00 (15H00 no horário de Brasília) e a quebra do jejum do Ramadã.
Em solidariedade, vários árabes israelenses expressaram seu apoio nas redes sociais para denunciar a operação israelense em curso desde 8 de julho na Faixa de Gaza.
Em resposta, um grupo de judeus israelenses criou uma página no Facebook, chamada "Vamos contar os traidores", que recebeu cerca de 9.200 "curtidas", a fim de denunciar os árabes israelenses que fizeram comentários em suas páginas críticas a Israel.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, (direita ultranacionalista), também convocou em sua página no Facebook o boicote de lojas que pertencem aos árabes israelenses que aderirem à greve desta segunda-feira em solidariedade aos palestinos de Gaza.
A comunidade árabe israelense, descendente dos 160.000 palestinos que permaneceram em suas terras após a criação de Israel em 1948, tem agora mais de 1,4 milhão de pessoas, 20% da população total. Sofre discriminação, incluindo em matéria de emprego e habitação.
Por toda a Cisjordânia, lojas, mercados e edifícios públicos estavam fechados nesta segunda-feira em solidariedade aos habitantes de Gaza, que viveram no domingo o seu dia mais sangrento desde o início da ofensiva israelense contra o enclave palestino.
Além disso, cerca de 4.000 pessoas se manifestaram no domingo à noite em Ramallah e outro protesto aconteceu em Nablus.
A situação tem estado calma na Cisjordânia como um todo desde o início da ofensiva.