Exame Logo

China e Rússia esperam resultado oficial para parabenizar Joe Biden

Os dois países, se juntam ao Brasil, México e Turquia, como os países que ainda não reconheceram a vitória do democrata Joe Biden

China e Russia: Preferem esperar o anúncio oficial das autoridades americanas para se pronunciarem sobre o resultado da eleição (Alexander Zemlianichenko/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de novembro de 2020 às 09h35.

Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 20h38.

Um dos únicos países a não se pronunciar sobre a vitória de Joe Biden na eleição dos EUA, a China vai esperar a confirmação do resultado pelas autoridades americanas para parabenizar o democrata. De acordo com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, Pequim acompanhou a declaração de vitória feita por Biden, mas que vai esperar o cumprimento de etapas posteriores para reconhecer o candidato.

O mundo está mais complexo, mas dá para começar com o básico. Veja como, no Manual do Investidor

Veja também

"Vi que Biden declarou vitória nas eleições", disse Wang a repórteres em uma conferência diária. "Entendemos que o resultado das eleições presidenciais será determinado seguindo as leis e procedimentos dos EUA." A China "seguirá as práticas internacionais" em suas declarações sobre o resultado, disse Wang.

O relacionamento entre China e Estados Unidos foi marcado por conflitos durante a gestão de Donald Trump, caracterizado pela crescente tensão sobre comércio, tecnologia e luta por influência na Ásia e no resto do mundo.

Biden provavelmente vai retomar os laços bilaterais a uma situação menos beligerante, embora Pequim tenha assumido a posição ao longo do processo eleitoral de não comentar diretamente sobre o que vê como uma questão de política interna dos EUA.

A postura da China se encaixa em sua política declarada de não intervenção nos assuntos internos de outros países e seu desejo de melhorar suas opções com o lado que ficar no poder. Sem comentar sobre o vencedor, Wang disse que Pequim "sempre manterá que a China e os Estados Unidos devem fortalecer o diálogo e a comunidade", expandir sua cooperação e "administrar e controlar as diferenças com base no respeito mútuo".

Russia

O Kremlin informou nesta segunda-feira que esperaria pelos resultados oficiais da eleição presidencial dos Estados Unidos antes de comentar sobre o resultado, e que tomou nota do anúncio do presidente em exercício, Donald Trump, a respeito de contestações legais relacionadas à votação.

O presidente Vladimir Putin permaneceu em silêncio sobre o assunto desde que o democrata Joe Biden conquistou a Presidência dos EUA no sábado, quatro dias após a eleição de 3 de novembro, atingindo o mínimo de 270 votos no Colégio Eleitoral necessários para ganhar a Casa Branca.

Ao longo da corrida presidencial, Putin pareceu evitar suas apostas, franzindo a testa para a retórica anti-russa de Biden, mas recebendo bem seus comentários sobre o controle de armas nucleares. Putin também defendeu o filho de Biden, Hunter, contra as críticas de Trump.

Falando a repórteres em uma teleconferência, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta segunda-feira que Moscou achou melhor esperar antes de parabenizar alguém.

"Achamos apropriado esperar pela contagem oficial dos votos", afirmou Peskov.

Questionado sobre por que, em 2016, Putin deu os parabéns a Trump logo depois que ele teve a vitória projetada e derrotou a democrata Hillary Clinton, Peskov disse que havia uma diferença óbvia desta vez.

"Vocês podem ver que existem certos procedimentos legais que foram anunciados pelo atual presidente. É por isso que as situações são diferentes e, portanto, achamos apropriado esperar por um anúncio oficial", respondeu Peskov.

Ele pontuou que Putin disse repetidamente que estava pronto para trabalhar com qualquer líder dos EUA e que a Rússia esperava poder estabelecer um diálogo com um novo governo dos EUA, além de encontrar uma maneira de normalizar as problemáticas relações bilaterais.

"O presidente Putin disse repetidamente que mostrará respeito por qualquer escolha que o povo americano fizer", disse Peskov.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEleições americanasJoe BidenRússia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame