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China pede suspensão imediata de escudo antimísseis na Coreia

"Tomaremos as medidas necessárias para defender nossos interesses", afirmou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores

Coreia do Norte: o porta-voz das forças americanas na Coreia do Sul anunciou que o sistema THAAD já está "operacional" (KCNA/Handout/Reuters)
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AFP

Publicado em 2 de maio de 2017 às 09h44.

Última atualização em 2 de maio de 2017 às 11h10.

A China pediu nesta terça-feira a suspensão "imediata" do sistema antimísseis americano THAAD na Coreia do Sul, horas depois da instalação do dispositivo, mas elogiou a atitude aberta de Donald Trump a respeito da Coreia do Norte .

Pequim denuncia há vários meses a instalação do dispositivo, anunciado por Washington no ano passado em resposta ao programa nuclear e balístico da Coreia do Norte.

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A China afirma que o THAAD cobre parte de seu território e prejudica sua própria força de dissuasão.

"A posição da China é clara e firme. Somos contrários à instalação do sistema THAAD e pedimos às partes envolvidas que interrompam imediatamente a instalação. Tomaremos as medidas necessárias para defender nossos interesses", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang.

Na segunda-feira, o coronel Rob Manning, porta-voz das forças americanas na Coreia do Sul, anunciou que o sistema THAAD já estava "operacional", com a "capacidade de interceptar os mísseis norte-coreanos".

Outra fonte americana, que falou à AFP na condição de anonimato, indicou, no entanto, que o sistema instalado alcançou apenas a "capacidade inicial de interceptação".

O porta-voz chinês expressou, ao mesmo tempo, satisfação com as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estaria disposto a uma reunião com o dirigente norte-coreano Kim Jong-Un "sob as circunstâncias adequadas".

"Repito, se as circunstâncias forem adequadas. Mas o faria", disse Donald Trump sobre um hipotético encontro com o líder norte-coreano em uma entrevista à agência Bloomberg divulgada na segunda-feira.

Washington afirmou nas últimas semanas que a opção militar a respeito da Coreia do Norte "está sobre a mesa".

"Tomamos conhecimento das declarações da parte americana e dos sinais positivos positivas que transmitem", disse Geng.

"Proteção crucial"

"A prioridade urgente é tomar medidas para reduzir a tensão. E uma das medidas eficazes para fazer isto é retomar as negociações de paz com a Coreia do Norte", completou.

A China, assim como os Estados Unidos, denuncia o programa nuclear e balístico da Coreia do Norte. Washington, no entanto, deseja que Pequim faça mais para convencer o regime norte-coreano a abandonar seus projetos.

Pequim sugere há várias semanas que a Coreia do Norte suspenda seu programa nuclear e balístico, assim como o fim das manobras militares organizadas anualmente pelos Estados Unidos na Coreia do Sul.

Esta proposta foi rejeitada por Washington, que pede a Pequim uma aplicação mais estrita das sanções adotadas pela ONU contra o regime norte-coreano.

De acordo com especialistas, a primeira bateria de mísseis defensivos do sistema THAAD instalada na Coreia do Sul não é suficiente para proteger todo o território sul-coreano e seriam necessárias de duas a três baterias para cobrir o país.

Mas a presença do sistema modifica o equilíbrio estratégico entre Coreia do Norte e Coreia do Sul, limitando o poder de destruição de Pyongyang.

"Não é a arma absoluta, isto não existe, mas oferece uma proteção crucial para as tropas americanas e sul-coreanas na península, reforçando a dissuasão e a postura defensiva das tropas", disse à AFP Thomas Karabo, especialista em defesa antimísseis do centro de pesquisas CSIS, com sede em Washington.

O financiamento do escudo foi objeto de uma polêmica na semana passada entre o governo americano e Seul. Donald Trump considerou "apropriado" que a Coreia do Sul pague por este sistema, que tem custo calculado em um bilhão de dólares. O governo sul-coreano rejeitou a ideia.

A China aprovou uma série de medidas de restrição comercial a respeito da Coreia do Sul, ao que parece em represália pela instalação do THAAD.

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