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Centristas ganham as legislativas da Letônia, segundo primeiras pesquisas

Se o resultado se confirmar, Nova Unidade deverá ser a agremiação que comandará o parlamento do país do Mar Báltico

O primeiro-ministro Krisjanis Karins deposita seu voto na urna em 1º de outubro de 2022 em Sigulda (Letônia) (© Agence France-Presse/AFP)
AL

André Lopes

Publicado em 1 de outubro de 2022 às 19h01.

Última atualização em 1 de outubro de 2022 às 19h57.

O partido centrista Nova Unidade venceu as eleições parlamentares realizadas neste sábado, 1, na Letônia, segundo uma pesquisa de boca de urna, enquanto os partidos próximos à minoria russa parecem ter sofrido um revés.

O partido Nova Unidade do atual primeiro-ministro, Krisjanis Karins, obteria 22,5% dos votos, à frente da Lista Unificada (Verdes e partidos regionais, 11,5%) e dos Verdes e Camponeses (centro-direita, 10,9%).

Depois deles, a Aliança Nacional (centro-direita, 8,4%) e os Progressistas (social-democratas, 8,3%).

"Os resultados eleitorais parecem promissores para o meu partido, mas é muito cedo para dizer mais", declarou Karins à AFP após o anúncio dos números.

Se confirmados, os resultados devem aumentar as chances de Karins ser encarregado pelo presidente Egils Levits de formar um novo governo quando o novo Parlamento começar a funcionar no início de novembro.

Sobre a possível ameaça da Rússia no contexto da guerra na Ucrânia, Karins disse: "Nem eu, nem meu governo, nem meu país reagimos por medo (...). Continuaremos investindo na nossa própria defesa como Estado-membro da Otan".

Karins espera que as consultas sobre a formação de um novo governo comecem na segunda-feira.

A pesquisa divulgada pela agência LETA e pela televisão pública LSM também confirma o declínio do partido social-democrata Harmonia, próximo da minoria russófona (30% da população), a quem são atribuídos 3,5% dos votos, portanto não deverá ter nenhum deputado do novo Parlamento.

Outro partido apoiado por uma parte da comunidade de língua russa, chamado "Estabilidade!" mal ultrapassa o limite de elegibilidade com 5,4%, enquanto seu concorrente, a União dos Russos da Letônia, considerado pró-Kremlin, fica com 3,2%.

Alguns letões de língua russa consideram que o comportamento de outros letões em relação a eles se deteriorou desde o início da guerra e que a sua identidade linguística e cultural está sendo questionada.

"É muito provável que Karins consiga que o presidente Egils Levits o nomeie para formar seu segundo gabinete, mas o sucesso dessa tentativa dependerá de quantos partidos pequenos ultrapassarem o limite de elegibilidade de 5% e se concordam em apoiar Karins", disse o cientista político Marcis Krastins à AFP antes da votação.

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