Líder da Catalunha propõe independência, mas recua em processo
O presidente da Catalunha propôs deixar suspensa a declaração de independência por várias semanas para iniciar um diálogo
EFE
Publicado em 10 de outubro de 2017 às 14h57.
Última atualização em 10 de outubro de 2017 às 15h59.
Barcelona -O presidente da Catalunha , Carles Puigdemont, declarou nesta terça-feira a independência desta região espanhola após o referendo de 1º de outubro, mas suspendeu os efeitos deste anúncio para abrir um processo de diálogo.
"Assumo o mandato do povo da Catalunha para que seja um Estado independente", disse Puigdemont em um discurso no Parlamento regional no qual se alternou entre os idiomas catalão e espanhol. De acordo com o político, as urnas, em 1º de outubro, fizeram uma cobrança que ele está "disposto a transitar".
Puigdemont propôs deixar suspensa a declaração de independência por várias semanas para iniciar um diálogo e deu um prazo ao governo espanhol para aceitar uma mediação.
Segundo o líder catalão, o governo regional fará uma sessão ordinária para declarar a independência e iniciar um processo constituinte.
Em espanhol, Puigdemont disse que não tem nada contra a Espanha, mas ressaltou que a relação é "insustentável", após anos do que considera como agravos por parte das autoridades espanholas.
Lembrou que durante muito tempo exigiu um referendo estipulado como o celebrado na Escócia mas se tem encontrado com "uma negativa radical e absoluta" do Governo espanhol.
Entre os agravos, Puigdemont mencionou o que considera "menosprezo" à língua e à cultura catalãs, a falta de investimentos e a decisão do Tribunal Constitucional espanhol, em 2010, de cortar o Estatut (lei fundamental na Catalunha) que tinha sido aprovado em consulta popular poucos anos antes.
Puigdemont declarou também que a Catalunha "é um assunto europeu" e se comprometeu a "diminuir a tensão" gerada pelo referendo separatista do último dia 1º.